ATA DA NONAGÉSIMA PRIMEIRA VIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO
EXTRAORDINÁRIA
DA SEXTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 29.0802.09.18. 08. 1988.
Aos dezoito
dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e oitenta e oito reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre,
em sua Vigésima Sessão Extraordinária da Sexta Sessão Legislativa Ordinária da
Nona Legislatura. As nove horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt,Aranha Filho, Artur Zanella,
Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis
Brum, Elói Guimaraes, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Hermes
Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lau ro
Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nei Lima, Nereu D’Ávila,Nilton Comin, Paulo
Sant’Ana, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir
Fraga., Werner Becker, Wilton Araújo e Marcinho
Medeiros. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou
abertos os trabalhos e iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votaçao
Secreta esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo n~ 15/87, discutido
pelos Vereadores Caio Lustosa, Marcinho Medeiros, Werner Becker,Clóvis Brum,
Rafael Santos, Lauro Hagemann, Jussara Cony, Antonio Hohlfeldt, Flávio Coulon e
Artur Zanella, que deixou de ser votado em face do término do horério
regimental da presente Sessão. Durante os trabalhos, o Sr. Secretário apregoou
as Emendas de Líder de nos 06, do Ver.
Raul Casa,07 e 08, do Ver. Cleom Guatimozim, 09 e 10, do Ver. Clóvis Brum,e o
Sr. Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Flávio Coulon, Cleom
Guatimozim, Werner Becker,Artur Zanella e Clóvis Brum,acerca das Emendas
apregoadas pelo Senhor Secretario. Às treze horas esgotado o prazo regimental
da presente Sessão, o Sr. Presidente encerrou os trabalhos convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a seguir. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha,Luiz Braz e Lauro Hagemann e
secretariados pelos Vereadores Lauro Hagemann, Luíz Braz, Jorge Goularte e
Teresinha Irigaray,os três últimos como Secretários “ad hoc”. Do que eu, Lauro
Hagemann,32 Secretário,determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e
aprovada será assinada pelos Senhores doistrêsPresidente e 1º Secretário.
nei fosse lavra a presente Ata
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores
Presidente e 1ª Secretária.
O SR. JORGE GOULARTE (Requerimento):
O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Declaro
abertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária.Sr. Presidente, requeiro a
inversão na ordem dos trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Artur Zanella): Como não há “quorum’ para votação do Requerimento do ver. Jorge
Goularte, passamos ao
GRANDE EXPEDIENTE
Com a palavra, o Ver. Mano
José, no tempo do Ver. Jorge Goularte.
O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, é verdade que nós estamos
num ano eleitoral, e a proximidade do dia 15 de novembro faz
com que algumas autoridades passem a ser um pouco mais sensíveis do que o foram
no seu período de governo. Podemos
citar a sensibilidade do atual Governador do Estado, Dr. Pedro Simon, na
substituição do incapaz Secretário de Educação, Sr. Bernardo de Souza, cuja palavra nunca
honrou. E digo isso com relação à escola.
Lembro que, no ano passado,
fui, no mês de setembro ou outubro, ao aniversário da Escola Ildefonso Gomes, e
S. Exa., naquela oportunidade, no terreno da esquina da Luiz Manoel com João Pessoa, onde por alguns anos funcionou a
Escola Ildefonso Gomes, lá naquele terreno, onde se desenrolavam as
festividades de aniversário da escola, após este Vereador ter usado d
apalavra, e implorar a S. Exa. para que resolvesse o problema da Escola Ildefonso Gomes, S. Exa., usando da palavra, logo após, diante dos professores todos
daquela escola, diante dos seus alunos, diante do grande número de pais
presentes, naquele ato, S. Exa. foi até poético ao declarar em palavras textuais:
“Quero declarar a todos os presentes que, no próximo ano, quando os jacarandás
florirem, nós aqui estaremos inaugurando a nova
Escola Ildefonso Gomes”. E, não preciso dizer que, naquela
oportunidade, S. Exa. foi aplaudidíssimo, as crianças gritavam, as professoras
se abraçavam, e a confraternização tomou conta dos presentes, acreditando na
palavra de quem não tem
palavra, acreditando em alguém que mentia, naquele momento, aos professores da Escola Ildefonso Gomes, aos seus
alunos e aos pais daquelas crianças.
Hoje, quando os jacarandás
estão florescendo, lá naquele terreno, está uma faixa dizendo: vende-se este
terreno. Tratar no Banco Meridional”.
E vejam o que acontece com a sensibilidade do Sr. Governador do Estado. Às vésperas da eleição
municipal, troca o Sr. Bernardo de Souza, que só o que fez na educação foi
desestruturar a escola pública e
avacalhar com a educação em nosso Estado e em nosso Município, e aí se coloca
um deputado para assumir a Secretaria de Educação, que passa, então, a colocar
um melzinho na chupeta para
agradar os professores, para que os professores, realmente, não estejam nas
suas escolas a dizerem que PMDB nunca mais. É lastimável que os apelos do CPERGS, que os apelos
de centenas e milhares de professores para que tirassem o Sr. Bernardo de
Souza da Educação não tenham sido atendidos, mas a proximidade da eleições municipal
faz com que se tire o Sr. Bernardo de Souza e que, possivelmente, agora, ele
aplique na Secretaria de Justiça um “QPP”, que de certo vai ser o “Quadro das
Penitenciárias dos Presos”. Que lástima! Que lástima que a Escola Ildefonso
Gomes continue, realmente,. num prédio caindo aos pedaços, em que a biblioteca
é sustentada por um pau colocado no meio da sala para que não desabe em cima dos alunos.
E as salas de aula vertem água como se fossem as piores malocas que temos em
nossa Cidade. Mas o Sr. Bernardo de Souza
prestou relevante serviço à educação, ao ponto de que o Arcebispo Metropolitano
de Porto Alegre chegue a mandar uma carta para dois Srs. Deputados estaduais
denunciando as perseguições do PMDB, no interior, com as professoras. O
Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre, Dom Cláudio Kolling. ao ponto de um
Arcebispo ter que denunciar as perseguições de um governo que acusava, até ontem, o
autoritarismo do PDS, mas que hoje é muito mais
autoritário do que o PDS e, há muito,
persegue os professores do Estado todo e que não encontraram, jamais, atos de
perseguição no Governo do PDS. que não ache mais o Sr. Bernardo de Souza o caminho de volta para a Secretaria de Educação, nunca mais. Que perca o rumo o Sr. Bernardo de Souza, dos caminhos que levam à Secretaria de
Educação, para que as nossas
crianças, especialmente elas, não venham a sofrer o que sofreram no ano de
1988, porque aqui, nesta Casa, na comissão de Educação e Cultura, o Sr. Bernardo
de Souza veio dizer que o QPE não estava criando problemas à Educação em nosso
Estado e em nosso Município, especialmente. E nós perguntamos a S. Exa. quais
os critérios que o tinham levado a
fazer o QPE, qual a forma que tinha aplicado, e ele nos respondeu que havia
retirado das escolas todos os professores contratados, que havia retirado, por outro lado, os
professores excedentes das outras escolas, para depois, então, fazer o acerto.
E nós perguntamos a S. Exa.: nesse tirar de professores contratados e de
professores excedentes, onde ficou o aluno? Onde ficou a matéria-prima da educação, esquecida e renegada ao último plano por S. Exa.? Por que
ainda hoje, outubro de 1988, nós temos, em várias escolas, alunos que não
tiveram o prazer de conhecer um professor em sala de aula?
Mas não tem importância, são crianças, pouco importa. são filhos dos outros e
não do Sr. Bernardo de Souza! Pouco importa! Que lástima! que lástima que um governo de estado não tenha
dado a mínima importância para a educação. visitei uma escola
onde tive o prazer de, anos atrás, ser, por seis anos, presidente do Círculo de
Pais e Mestres e a Diretora me dizia quando lá cheguei: “O senhor lembra da
biblioteca que ajudou a montar? Dos móveis
que foram comprados para ela? Se quiser vê-la, d~e uma chegada até lá, mas não
se assuste com os fantasmas, porque os móveis e o livros estão todos cobertos
com um pano branco, porque não temos professora, não temos bibliotecária para
atender a biblioteca. A biblioteca
está fechada. Os nossos alunos não tiveram acesso aos livros da biblioteca
durante todo este ano”. Visitei outra escola na Zona Sul. Dizia-me a Diretora:
“Tenho três turmas sem professor. Agora, dizia ela, parece que vão liberar, novamente, os professores contratados que foram retirados
daqui e que estão em casa,
sem fazer nada. Mas. na aula, as crianças estão sentadas, sem professor”. É a
mentalidade de um Secretário revolucionário em matéria de educação, diga-se de passagem,
que resolveu aplicar o QPE. Não que o QPE seja ruim. Era uma medida até
solicitada pelos professores. Mas que tivesse alguém na Secretaria com o bom
senso de organizar um QPE, sem desorganizar a educação, sem desestruturar a
escola, sem deixar eu ela fosse apenas um elefante branco, onde as crianças não
têm alguém para atendê-las, num horário em que deveriam estar
aprendendo. É algo que o povo de Porto Alegre tem, realmente, que pensar
nestas eleições municipais, e algo que o povo de Porto Alegre tem que levar em
consideração em 15 de novembro. É algo que o povo de Porto Alegre tem que
pensar, repensar e sopesar ao colocar seu voto na urna em 15 de novembro, para
que não venha a ocorrer, para que
não venha a acontecer nas escolas municipais o que ocorreu nas
escolas estaduais, porque aí somente nas proximidades da próxima eleição, se as
coisas estiverem mal, é que serão tomadas medidas paliativas, algumas medidas
para uma substituição de Secretário, onde se colocará um
Secretário manhoso, com jeito, para num
mês e pouco, tentar recuperar a imagem da educação de nosso Estado. Fazemos votos de que o Dr. Rui
Carlos Ostermann tenha uma feliz gestão na educação, e atenda aos princípios
básicos, as necessidades das crianças, levando para as escolas professores,
material, equipamentos capazes de fazer com que as nossas crianças possam aprender alguma coisa, porque o Secretário que por lá passou foi um furação que destruiu
a educação do nosso Estado.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Estando presente, não gostaria que as afirmações de V. Exa. passassem
em brancas nuvens. Segundo as suas palavras, o Prof. Bernardo de Souza teria
destruído o sistema de ensino do Rio Grande do Sul, o
que, na verdade, não é verdadeiro. O Prof,. Bernardo de Souza pode sofrer as críticas na maneira como atuou na secretaria de
educação e Cultura, mas é inegável que ele tinha uma missão a cumprir e ele
procurou cumprir esta missão que é moralizar o quadro de professores do ensino
público do Rio Grande do Sul, ou seja, durante anos e anos os seus correligionários
indicaram e superlotaram as escolas do Rio Grande do sul com os seus
apadrinhados e quando assumimos a Secretaria de Educação resolvemos reverter este quadro que os seus correligionários haviam nos legado e precisava muita coragem para
fazer isto e esta coragem o Governador do Estado do rio Grande do Sul teve.
É evidente que, em se somando aquelas pessoas ociosas que estavam nas escolas com aquelas
pessoas que por razões de ordem política resolveram fazer um ataque ao Governo
Pedro Simon, evidente que os resultados seriam difíceis. Mas eu quero comunicar
a v. Exa. eu, no interior do
Estado, o QPE está absolutamente instalado e tranqüilo e o grande problema,
realmente, é na cidade de Porto Alegre. De modo que eu acho que é muita coisa
nós desmerecemos o totalmente o trabalho do corajosos Secretário Bernardo de Souza e não ressaltarmos que ele
cumpriu uma determinada missão. se teve
os seus equívocos, se teve os
seus erros políticos, se errou em alguma maneira de implementar isto eu até
posso concordar, agora, trabalhar nesta questão em termos de terra arrasada eu
não posso concordar.
O SR. MANO JOSÉ: Nobre Ver. Flávio Coulon, eu agradeço o aparte brilhante de V.
Exa. as verdades que V. Exa. disse que são verdades corrobadas especialmente
pelas palavras do Sr. Arcebispo D.
Cláudio Colling ao escrever
uma carta a dois Deputados Estados publicadas nos jornais e que dizem realmente daquilo que fez
o Sr. Secretário Bernardo de Sousa pela feliz gestão naquela Secretaria. sou grado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Lauro Hagemann): Liderança com o PMDB, ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, recebo com toda a humildade na
condição de Líder do PMDB as críticas apresentadas pelo Ver. Mano José, com
referência à Escola Ildefonso Gomes. Vamos verificar a real situação e, na
próxima Sessão, haveremos de transmitir à Casa qual é a situação dessa mesma escola.
Com referência ao QPE, devo
dizer que, evidentemente, não iria se aplicar uma transformação da profundidade
do QPE num clima de boa amizade. Os
interesses de cada um dos envolvidos neste Projeto estavam em jogo, mas o QPE
está tendo, como já disse o Ver. Flávio Coulon,
no interior, a sua normalidade total e na Capital as coisas já estão
em fase de conclusão. Nós sabíamos que a implantação do QPE, um desafio à
coragem e à seriedade da Administração Pública do Estado, não seria
feita com grandes aplausos. Mas, o QPE realmente está chegando a bons termos,
aquilo que era odiado está sendo
aplaudido.
Agora, lamento que o Ver. Mano
José venha a esta tribuna dizer que a situação deste ou daquele
prédio escolar é infinitamente ruim, que a situação é constrangedora, porque o prédio já não tema mais condições de
funcionar e etc. Mas, o Ver. Mano José sabe e a Casa também e disso tem consciência a Cidade, que um prédio escolar não envelhece em
um ou dois anos. Nos últimos 30 anos os prédios escolares da rede do Estado não receberam
manutenção, nem um tipo de reforma. Se não eles não estariam na situação em que
se encontram. A Administração Pedro Simon encontrou
os prédios escolares da rede estadual dizimados, destruídos – todos. Se não todos, talvez 1%
pudesse funcionar. O Partido do Ver. Mano José, o Partido político do Ver. Mano
José, ou os Partidos a que ele sempre pertenceu, nas últimas duas décadas,
foram, exatamente, os Partidos políticos responsáveis pela administração nos 20 últimos anos do Rio Grande do Sul. Não
recuperou nenhum prédio escolar, não cuidou de nenhum prédio escolar, destruiu
a rede de prédios escolares do Estado e, agora, estamos aí, há dois anos da
administração e exigir-se... (Aparte anti-regimental.)
Sra. Presidente, eu pediria ao Ver. Martim Aranha que, por favor, ou pedisse aparte ou
tivesse um pouco mais de condescendência parlamentar. S. Exa. está abusando da
minha gentileza . Não
admito desrespeito. quando eu trato as coisas daqui da tribuna, eu trato
seriamente, Vereador. O Partido de V. Exa., o Partido da ditadura militar, que
infernizou este País por mais de 20 anos, não recuperou prédios escolares nem
investiu na educação durante
os 20 últimos anos, como o Simon está investindo agora, em dois anos.
A SRA. PRESIDENTE (Gladis Mantelli): Nobre Vereador, V. Exa. está em tempo de Liderança. Solicito que
não hajam apartes, nem anti-regimentais nem regimentais.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, então, como vir aqui reclamar do Governo de Pedro
Simon, que está investindo tudo em educação? Está-se inaugurando uma série de escolas, prédios
novos. negar esta realidade é brincadeira. O novo Secretário nem bem assumiu a Secretaria, e o vereador já quer que ele faça milagres, já
está com o pensamento negativo. Pensei que o Ver. Mano José, ex-secretário de
educação do município, viria a esta tribuna para dizer de público: “Dr.
Ostermann, minha solidariedade ao seu trabalho. disponha do esforço deste
Vereador. Estou à disposição da administração seja
do partido que for. sou um homem público”!. Não, vem aqui como uma ave de
rapina, dizer e agourar, e desejar o quê? Desejar que tudo vá par ao brejo. Ora, Vereador, eu, como Vereador de Porto Alegre
sempre prestigiei a Administração do Dr. Villela; sempre prestigiei a administração do Dr. Dib; tenho prestigiado a administração do Dr. Collares; agora vem o PDS, PFL. Ao, quem é
o PDS? Quem é PFL? Mas p que
fizeram no passado? Que que fizeram? Ditadura. Cassaram, baniram, espancaram,
torturaram. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança com o PDS, Ver.
Mano José.
O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, penso que o nobre Ver.
Clóvis Brum está precisando de otologista com rapidez. Por que com relação ao
novo Secretário Rui Carlos Ostermann eu desejei aqui da tribuna felicidade à sua gestão e
que ele realmente fala algo pela educação. Para este eu desejei felicidades. e
que faça muito pela educação. Agora, o nobre Vereador que me antecedeu, ele realmente não sabe que o Banco Meridional, antes
Sul-Brasileiro, é o dono do terreno onde estava localizada a escola. E aquele
Bancou exigiu do Estado a demolição da Ildefonso Gomes. então, tiveram que demolir a
Escola Ildefonso Gomes e conseguiram, nas imediações, uma casa velha. e somente
aquela casa é que conseguiram e alugaram. era a única que existia, com a promessa de que a Ildefonso
Gomes seria construída imediatamente. E assim por anos e anos a coisa veio se
arrastando, até que, no ano passado, S. Exa. poeticamente usou o florir dos
jacarandás para dizer: “quando os jacarandás
florirem no próximo ano., estaremos inaugurando o Ildefonso Gomes”. Poético, realmente poético. Está a exigir o
Sr. Bernardo de Souza um lugar na Academia, porque ele sabe fazer poesia, ele
sabe aproveitar a primavera, ele sabe aproveitar as flores dos jacarandás para fazer as suas promessas vãs e deixar uma
escola ficar no estado em que se encontra a Ildefonso Gomes. Nós vamos desejar,
mais uma vez, ao Dep. Ostermann, que seja muito feliz
na gestão da Secretaria de Educação, mas esperamos, também, que o Deputado
resgate a palavra do ex-Secretário de
educação que, repito, desestruturou a escola pública e avacalhou – este é o
termo – com a educação no Estado do Rio Grande do
Sul. e os meus votos para o Sr. Bernardo de Souza é que ele perca o rumo da Secretaria de Educação do Estado, que lá não volte mais, que
não infernize a vida dos professores do Estado e que não vá fazer as
perseguições no interior do Estado.
meus caros Vereadores, a perseguição aos professores no interior do Estado
foram denunciadas por quem, meu Deus do céu? Pelo Arcebispo Metropolitano de
Porto Alegre, Dom Cláudio Colling. foi publicado nos jornais! Não tenho essa amizade com o
Arcebispo para que ele confidencie a mim! Foi publicado nos jornais! Imaginem só que o
Arcebispo, com sua autoridade, ainda na
carta-denúncia colocou o selo do Arcebispo de Porto Alegre para que ninguém dissesse que alguém escreveu por ele. colocou o
seu selo, marca registrada do Arcebispo de Porto Alegre! E que vá com Deus o
Sr. Bernardo de Souza, que faça o QPE na Secretaria de Justiça – o Quadro de
Pessoal Preso. Pode ser que lá ele seja mais feliz do que o foi numa Secretaria que não poderia
fazer os absurdos que fez e que ficou devendo ao Rio Grande do Sul a educação
do Rio Grande do Sul. ficou devendo muito
que não poderá jamais resgatar porque nenhum Governo há de se
lembrar de Bernardo de Souza para uma Secretaria de Educação. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Grande
expediente. Próximo orador inscrito é a Verª Jussara Cony, que cede seu tempo
ao Ver. Werner Becker.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e senhores funcionários da Casa, quero cumprimentar o candidato Sérgio Zambiasi pelo
sucesso duplo, depondo o Secretário de Educação e indicando o novo Secretário.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a política
educacional do Estado é tratada e orientada pelo Dep. Sérgio Zambiasi e talvez
com a mesma filosofia de ensino e educação que ele apresenta naqueles
programas. Certamente, Parabéns
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.)
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. é um pouco apressado.
Deixe ao menos eu iniciar; após, darei o aparte.
O Sr. Clóvis Brum: Se eu sou apressado, V. Exa.
é retardado. Eu estou pedindo dentro do Regimento Interno. Seria honrado com o seu aparte.
O SR. WERNER BECKER: Em relação a V. Exa., eu sou muito
retardado. V. Exa. é muito vivo e chega sempre primeiro que eu.
Sra. Presidente e Srs.
Vereadores, o Dep. Sérgio Zambiasi que trata...
(Tumulto no Plenário.)
Sra. Presidente, eu gostaria
que V. Exa. suspendesse os trabalhos, após as conversas
paralelas e depois reiniciasse.
A SRA. PRESIDENTE: Senhores
Vereadores, o orador está solicitando um pouco mais de silêncio no Plenário, a
fim de que ele possa fazer o seu pronunciamento.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte? Eu serei breve.
O SR. WERNER BECKER: Eu não posso passar, não
posso permitir que V. Exa, passe
na frente do Ver. Clóvis Brum, porque este vai ficar muito frustrado.
O Sr. Hermes Dutra: Realmente, não posso; ele é Sargento do Exército e eu
só cheguei a cabo. V. Exa. tem razão. ficaria mal hierarquicamente. Está certo
V. Exa.
O SR. WERNER BECKER: É, disseram-me que, durante a
Revolução, V. Exa. fez coisas de Cabo de Esquadra.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, enquanto a educação vai bem com Sérgio Zambiasi – Simon neles -, a
obra de devastação, agora,
cheda no Hospital Conceição, que atende a população de 500 mil pessoas na Zona
Norte. Após a terapêutica da força, com a Brigada Militar, temos a notícia de
que o Hospital Conceição
está absolutamente paralisado: os doentes da UTI estão sem cobertura?
O Secretário Antenor Ferrari conseguiu chegar onde o Secretário Bernardo tinha
chegado na educação: paralisou tudo. Sabem o que está acontecendo no Hospital Conceição?
Sabem o que é um hospital paralisado? Sabem o que é a UTI paralisada? Vejam V. Exas, se
tivéssemos algum familiar lá, com um atendimento de urgência paralisado?
Incúria, incompetência, irresponsabilidade violência.
enquanto isso, afirmam que foram feitos não seu quantos quilômetros
de estradas, não sei quantos mil, só que não se apresentou um quilômetro pavimentado. bom. pé o embuste e a mentira. Mas o caso
urgente, urgentíssimo, que merece toda a nossa atenção, e a atenção da Câmara, é o Hospital
Conceição. Não é possível que a Câmara permaneça inerte e paralisada, que os
nossos desejos, necessidades e premências eleitorais se sobrepairem perante esta verdadeira
tragédia na Zona Norte de Porto Alegre: o Hospital-Sede
absolutamente paralisado. De um lado a
intransigência e irresponsabilidade absoluta, de outro lado o arbítrio e incompetência
do Governo Estadual.
Por isso pedi a formação de
uma Comissão Externa hoje, para que talvez a Câmara de Vereadores possa acudir
esses dois lados que se chocam em detrimento dos doentes, dos agonizantes, para
que possa colaborar para uma negociação, para um momento de lucidez.
Encarecidamente solicito que
os nossos Vereadores, que os meus colegas Vereadores componham essa Comissão Externa, e vão ao Hospital Nossa Senhora da
Conceição para ver p que podem fazer por essa gente que lá está instalada, que
agoniza, que morre, pela irresponsabilidade e pela incompetência.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o governo Estadual do PMDB creditou apenas 5% do seu Orçamento para
a saúde.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nega-se o Governo Sarney, o governo Simon, o Ver. Clóvis Brum – que é o porta-voz do PMDB aqui – o governo nega-se a
fazer, a dar qualquer aumento no Hospital Nossa Senhora
da conceição, enquanto os funcionários da Caixa Econômica Federal, do Banco do
Brasil conseguem aumentos, empréstimos, com dois anos de
carência, sem correção monetária. Os funcionários da Saúde passam fome, perto
dos doentes que morrem.
O Sr. Clóvis Brum: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Werner Becker, além do Dep. Sérgio
Zambiasi, detentor da maior votação que um Deputado estadual já recebeu na história do Rio Grande do Sul, já
havia a disposição anunciada pelo próprio Governador, de algumas alterações no
seu secretariado. rigorosamente as alterações forma feitas pelo Governador do
Estado
O SR. WERNER BECKER: Por eu saiu de Secretário o
Sr. Fábio Koff?
O Sr. Clóvis Brum: Como quem compõe e quem
convida é o Governador, talvez só o Governador Pedro Simon pudesse dar com
precisão essa informação.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. pode perguntar para
ele.
O Sr. Clóvis Brum: Eu correria o risco de fazer essa pergunta, agora,
como é da competência do Governador o seu secretariado, eu ficaria constrangido
em fazer uma pergunta desse nível ao Governador.
Mas, nobre Vereador, com referência à paralisação do Hospital Conceição, nós estamos
todos preocupados com o problema, o problema é muito grave e muito sério. E digo mais, até
assistimos o anúncio de V. Exa., da criação de uma Comissão Externa, com muito
respeito. Nós achamos que toda participação dos setores d aCidade, no
encaminhamento de uma solução para esse problema, é bem-vinda. E digo mais, na
condição de Líder, tão logo seja votada essa Comissão, indicarei imediatamente
os representantes do PMDB. Pode ter
certeza V. Exa. que sua iniciativa é importantíssima para nós. Nós vemos isso como a demonstração de uma
preocupação muito grande, por parte de V. Exa., que seja alheia às
nossas preocupações, no sentido de resolver os problemas do Conceição, que é grave para toda a Cidade e principalmente
para os pacientes;
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, pediria desculpas ao orador, que ocupa a tribuna
neste momento. Essa Questão de Ordem é no sentido de saber da
Mesa se existe possibilidade da formação de mais uma Comissão Externa, neste momento.
Parece que o Regimento Interno contempla 3 comissões internas num determinado
tempo, vigendo como gosta o ver. Hermes Dutra, mas me parece que
não cabe, no momentos, uma Comissão Externa; como Presidente da COSMAM
desta câmara, eu perguntaria a V. Exa. se é possível uma Comissão Externa, exatamente, no dia de
hoje.
A SRA. PRESIDENTE: Nós vamos
lhe dar a resposta daqui a alguns instantes, nobre Vereador.
O SR. WERNER BECKER: O Ver. Aranha Filho
estabeleceu, de boa fé, evidentemente, uma confusão entre Comissão Especial e
Externa; eu não pedi Comissão Externa e sim Comissão Especial, não há nada que
limite, no Regimento, número de comissões externas.
De outra parte, Vereador, o sábado foi feito par ao homem e o homem não foi
feito para o sábado, está no evangelho de devoção de v. Exa.; neste momento, em que
agoniza um e morre outro, meras limitações formais do Regimento Interno não podem
impedir o funcionamento dessa Comissão, seja Externa, Especial ou qualquer
outro nome que tenha. evidente
que a rigor poderia ficar o assunto ao encargo das mãos competentes de V. Exa.,
da Comissão de Saúde, mas tenho a impressão que a criação de uma Comissão
Externa Especial, possui mais conteúdo, mais impacto do que uma mera Comissão
ordinária, mas tenho certeza que V. Exa. participará dessa Comissão Externa e dará toda a sua colaboração, sua experiência, porque precisamos,
imediatamente, ir ao Hospital Conceição dizer que estamos dispostos a colaborar no que
possamos para evitar esse impasse, da intransigência de um lado e da incompetência do outro. muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Nobre
Vereador, consultado o Regimento Interno,
Ver. Aranha Filho, Comissão Especial Externa não há limitação, e não precisa
ser solicitada ao Plenário, é uma decisão,
imediata, do Sr. Presidente. O Sr.
Presidente é que constituirá essa
Comissão. Agora, como a casa tem uma Comissão Interna Permanente, V. Exa.
pode argüir ao Sr.
Presidente de que a Comissão de V. Exa.,
eventualmente, poderia realizar a tarefa.
O SR. ARANHA FILHO: Sra. Presidente, eu agradeço as providências de V. Exa. e estou
satisfeito com a resposta.
A SRA. PRESIDENTE: Tempo de
Liderança com o Ver. Aranha
Filho.
O SR. ARANHA FILHO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente pediria desculpas
ao Ver. Lauro Hagemann, mas já havia solicitado tempo de
Liderança, exatamente no momento em que os debates nesta casa tratavam do assunto
Hospital Cristo Redentor e por extensão
ao Fêmina, Criança Conceição e ao Conceição. Realmente, o assunto é muito sério e na quinta-feira que passou recebi um
telefonema do Ver. Lauro Hagemann para que esta Casa, pela sua Comissão de
Saúde e Meio Ambiente se pronunciasse. Nós tanto na quinta-feira como na sexta
e fim de semana tentamos um
contato com o Sr. Secretário de Saúde e Meio Ambiente do Estado, sem qualquer
condição de completar esta comunicação. Mas vejo pelos jornais que as coisas se avolumaram e realmente começa a
preocupar, não só aos políticos, mas a toda população. Mortes estão acontecendo, gente com problemas
sérios de saúde estão sendo transportados para outros hospitais e uma experiência muito
séria, experiência que passei neste fim de semana com um doente de Capão da Canoa, com 82 anos de idade, com problemas que necessitavam socorros médicos na área urológica, inclusive com cirurgia de
urgência. tentei diversos contatos com hospitais e consegui que
numa emergência fosse atendido pelo Pronto Socorro. Imediatamente – é lógico
que o Pronto socorro não pode ficar com o paciente – o Pronto Socorro tem que
repassar para outro hospital e aí que
começou realmente uma função que confesso extremamente desagradável para mim, como um terceiro, no caso,
e eu imagino a dor que estava passando a família deste paciente.
De forma que, no exato momento
em que o Ver. werner Becker sobe à tribuna e pede uma Comissão Externa ou Especial para verificação deste
problema e até para que se consiga uma interveniência junto
ao Grupo Hospitalar Conceição, junto ao secretário de Saúde e Meio Ambiente,
junto ao Governo do Estado, eu acho que a Câmara Municipal tem a
obrigação de estar presente neste ato, senão para tentar abrir os olhos do Sr. Governador,
dos senhores altos mandatários que
tratam da saúde a nível de União, que
vejam o problema que está acontecendo exatamente nesta área hospitalar, onde os
funcionários reivindicam melhores salários, melhores condições de trabalho.
Nós, de maneira alguma,
queremos estar na área ou mais especificamente no problema entre
patrão e empregados.
Absolutamente, não é este o motivo da nossa participação, mas, se for o caso,
certamente estaremos em condições de dar o apoio necessário a ambas as partes.
Não é o problema de participar de uma negociação dessas, de defender quem quer
que seja, nós temos que estar pensando, neste exato momento, sobre o que Porto
Alegre necessita e nós sabemos
disso. A falta de leitos, a falta de condições
hospitalares já com todos os hospitais em pleno andamento já é deficiente para
a cidade de Porto Alegre, imaginem com quatro hospitais em greve, repassando doentes
para outros hospitais, o caos que não esta acontecendo em nossa Cidade.
É exatamente, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, pela incompetência do Governo de V. Exa. é que tudo isso está
acontecendo no Estado do Rio Grande do
Sul e em Porto Alegre. Exatamente
por causa disso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Liderança
com o PDT, Ver. cleom Guatimozim.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós estamos encaminhando à Procuradoria-Geral do Município um alerta: existe, no momento, em Porto
Alegre, uma verdadeira febre de pedidos de usucapião. Estão usucapiando terras
de propriedade do Município, e nós sabemos que não vale usucapião contra o
Poder Público, não é possível.
Mas, são aquelas áreas que, por desapropriação, restos de desapropriação,
inclusive de muitos anos atrás e que estão sendo cercadas no momento, e os
processos já tramitam nas varas cíveis de Porto Alegre. Nos estamos
encaminhando ao Sr. Prefeito Municipal, para que a Procuradoria-Geral do Município
conteste todos os pedidos de usucapião feitos para a Cidade Baixa, especialmente sem nenhum direito de cercarem grandes áreas, para pedir usucapião. É um enriquecimento ilícito
dessas pessoas. na Baronesa do Gravataí, em prejuízo dos moradores, alguns dos quais
nasceram ali, estão usucapiando grandes áreas de terra. Os processos que tramitam, no momento, na Justiça, um dos quais na 8ª Vara Cível e requerida por um cidadão que não tem
nenhum direito, prejudicam os moradores do local, que moram em pequenas peças e
pequenas casas, onde o quarto e a cozinha são no mesmo local. nós estamos encaminhando à Procuradoria-Geral do
Município o número deste processo, a vara em que tramita e nome das pessoas que estão
pedindo usucapião, porque estas áreas são do interesse social. Se efetivamente estas áreas não têm dono, elas devem ser
transferidas ao DEMHAB, para que
se aproveitem os moradores do local. Nós acabamos de
encaminhar ao Protocolo um pedido de que aquelas
áreas, por emenda nossa, passem para o DEMHAB, para que ele as distribua
àquelas pessoas que moram naquelas subabitações. São, Srs. Vereadores, pequenas
malocas, localizadas na Baronesa do Gravataí, onde vivem muitas crianças, famílias de
trabalhadores que necessitam do apoio desta casa. E eu sei que esta casa não
vai falhar, porque nunca faltou aos compromissos sociais com a população.
Então, virá á apreciação desta casa, Srs. Vereadores, uma emenda nossa, que passa para o DEMHAB aquelas
áreas que ali estão
abandonadas e que não têm dono, para os moradores da localidade. O DEMHAB fará
uma redistribuição àquelas pessoas que moram ali e a condição primeira
é esta: morar na Baronesa do Gravataí, em subabitações. Em certa época, houve
assim um surto, uma febre de pedidos de usucapião. e pediam usucapião de tudo, até aquele cidadão que saiu por um
momento de casa, para visitar a sogra e, quando ele voltou,
tinha um pedido de usucapião da casa dele, tal era a febre. É claro que esta é uma figura de exagero que eu faço. Estão fazendo
pedidos de usucapião de terras, que a lei proíbe, porque são de propriedade do Poder Público. Mas ora” Se o Poder Público não tem controle sobre estas áreas, porque está de
posse, de muitos e muitos anos,
como sobra de desapropriações, então há facilidade de passar estas usucapiões.
Nós pedimos, hoje, que a Procuradoria-Geral do Município conteste todos eles. É
obrigação da procuradoria, porque é de alto
interesse social. O Município
tem que ter estas áreas, transferi-las ao DEMHAB, para que este faça uma
redistribuição para aquelas pessoas que vivem em uma pequena casinha, às vezes com um grande número de filhos do
colégio público e aquele trabalhador de mão calejada, o trabalhador verdadeiro, e que habita uma pequena casa
naquela zona. Então, quero chamar a atenção
do Plenário que esse surto de pedido de usucapião que está atingindo a Cidade
Baixa, exatamente aquelas terras que o Município perdeu o controle, e é de
interesse social, e a nossa Emenda passa, para o DEMHAB, as terras, para que elas sejam redistribuídas aos moradores do
local, e, estou certo, e que teremos o apoio do Plenário. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Em Grande Expediente, Ver.
Lauro Hagemann.
O SR, LAURO HAGEMANN:
Aos
vinte e nove dias do mê~s de
agosto do ano de mil novecentos e oiten
ta e oito reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio
Aloísio Filho, a Câmaraarrara
Municipal
de Porto Alegre, em sua Nonagésima Primeira Sessão Ordinária da
Sexta SessaoSessão Legislativa Ordinária da Nona
Legislatura. Às quatorze horas
e quinze
minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores
AdaoAdão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete
Vidal,
Brochado da
Rocha, Caio Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, El6i Guima
raes, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli,
Her-
mes
Dutra, Ignácio Neis, Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lau
ro
Hagemann, Luiz Braz, Nei Lima, Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Paulo Sant’
Ana,
Paulo Satte, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fra
ga, Werner
Becker e Wilton Araújo. Constatada a exist~ncía
de “quorum”, o
Sr.
Presidente declarou abertos os trabalhos e solicitou ao Ver. Flávio
Coulon
que procedesse ~ leitura de trecho da Bíblia. A seguir, a Sr~.
SessãoSessão Caio
Lustosa, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Elói Guimarães, Ennio Terra, Flávio
Coulon, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jaques
Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nei Lima,
Nereu D’Ávila, Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Paulo Satte, Rafael Santos, Raul
Casa, Teresinha Irigaray, Valdir Fraga, Werner Becker e Wilton Araújo. Constatada
a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e
solicitou ao Ver. Flávio Coulon que procedesse à leitura de trecho da Bíblia. A
seguir, a Sra. Secretária procedeu à leitura das Atas da Nonagésima Sessão
Ordinária e da Quadragésima Primeira Sessão Solene, que foram
aprovadas.
À MESA foram encaminhados: pelo Ver. Aranha Filho,
01 Pedido
de Providêencias, solicitando sinalizaçaosinalização vertical e
horizontal
no trânsito do cruzamento das Ruas Regente e Car-
valho Monteiro; pelo Ver. Brochado da Rocha, 01
Pedido de
Provideências, solicitando que seja calçada a Rua Alfredo
Magalhães-
1h~es, no Bairro Cavalhada, que inicia na Av. Cavalhada
e term-
ina na Estrada Eduardo Prado; pelo Ver. Clóvis Brum,
01 Pedi-
do de Providências, solicitando que o DMAE
restabeleça o fornme
cimento normal de água para a Vila SaoSão Carlos, na Parada 11-A,
da Lomba do
Pinheiro; pelo Ver. Luiz Braz, 01 Projeto de Reso-
lução nº 1uç~o n2 44/88 (proc. nº~
1832/88), que concede o título honorí
fico de Cidadão Emérito ao Sr. JoaoJoão Carlos Machado Staabile;
pe
lo Ver. Mano José, 01 Projeto de Lei do Executivo nº2
79/88 (proc.
ri-nº 1678/88), que cria cargos
norio
Serviço Público Centralizado
~ do Município e dá outras providê~ncias.Do
EXPEDIENTE constaram:
Ofícios nnos 2s 482; 483; 484; 485; 486; 487; 488; 489; 491; 492;
~493; 494; 495; 496; 497; 501; 504; 505; 506; 507;
508; 509; 510;
5l11; 512; 514/88,do Sr. Prefeito Municipal; 494/88, do
Gabinete
~ do Governador; Ofício-—Circular
s/nº2, do Sindicato das Empresas
~ede Carga do Estado do Rio Grande do Sul. A seguir, foi
aprova-
do Requerimento verbal do
Ver. Neií Lima, solicitando alteração
na ordem
dos trabalhos, passando-se ao período de PAUTA. Em
DiscussaoDiscussão Preliminar, estiveram: em 1ª~ SessaoSessão, os Projetos de
ResoluçaoResolução nos n2s 32;
41; 43; 40/88; os Projetos de Lei do Legisla
tivo nosn 2s 12121; 139; 136; 138/88; em 3ª~ SessaoSessão, os Projetos de
Lei do
Legislativo nosn 122s 125; 122; 113; 117; 118; 123; 133; 135;
137/88; os
Projetos de Resolução nosn ~s 38;
39/88; os Projetos de
Lei do
Executivo nos
n2s 82; 79; 81/88. Apó6s,
constatada a existen
eiaexistência de “quorum”, foi iniciada a
ORDEM DO DIA. A seguir, a Sra. Secretária i.
ecret~ria apregoou Emenda de
Líder do Ver. Cleom Guatimozim,
L paposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº2
29/88. Em VotaçaoVotação
~oífoi aprovada a Redação Final ao
Projeto de Resoluçã~o nº2
36/88.
~m Em Discussão Geral e Votação foi
aprovado o Projeto de Lei Com
)plementar do Legislativo n2º 08/88. Em DiscussaoDiscussão Geral e Vota-
~oção, foi aprovado o Projeto de
Lei do Executivo nº2 122/87, por
rinte vinte votos SIM contra dois votos NÃO, apó6s
ter sido encaminha
~ do àa votaçaovotação pelos Vereadores Caio
Lustosa, Clóvis Brum, Raul
~Casasa e Nei Lima, tendo sido submetido à~ votaçaovotação nominal a Re-
Llqueerimento verbal, aprovado, do Ver. Cló6vis
Brum. Em DiscussaoDiscussão
~ Geral e VotaçaoVotação foram aprovados os Projetos
de Lei do Legisla-
tivo nos n2s 96,104/88,
após
terem sido encaminhados à~
votação pelo
V er.
Clóvis Brum e tendo sido votados em bloco a Requerimento
verbal
do Ver. Clóvis Brum, deferido pelo Sr. Presidente. Apó6s,
Sio Sr.. Presidente informou que a Emenda do Ver. Cleom
Guatimo-
zim, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº2
28/88, apregoa
~da pela Srªa~
Secretária, constituía-se de um Substitutivo, ne~-
~cessitando correr Pauta, retirando-se, assim, da
Ordem do Dia
oo Projeto de Lei ao qual ela se
refere. Ainda, foram aprovados
os seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de
distribuição
~o em avulsos e~
interstífcios para suas Redaçõ3es
Finais, consid
aderando-as aprovadas nesta data: do Ver. Cleom
Gautimozim, em
~1aç~ relação ao Projeto de Lei do Executivo nº2
122/87; do Ver. Fie-
Frederico Barbosa, em relaçaorelação ao Projeto de Lei do Legislat~itivo
nº 2
96/88; do Ver. Lauro Hagemann, em relação ao Projeto
de Lei Com
plementar do Legislativo nº2
08/88. Apó6s, foi aprovado Requeri-
mento do Ver. Adãio
Eliseu, solicitando que o Projeto de Lei do
Legislativo nº2
101/88 seja considerado em regime de urgência
e submetido
à~ reuniãdo
conjunta das Comissõ5es
de UrbanizaçaoUrbanização,
Transportes e HabítaçaoHabitação, de Economia e Defesa do
Consumidor e
d e Justiça e Redação. Na ocasiaoocasião, o Sr. Presidente respondeu
uest~oQuestão de Ordem do Ver. Aranha Filho, acerca da ossibilidadefrpossibilidade de
que o Projeto de Lei do
Legislativo nº~ 101/88 tramite pela
Comissão de Saúde e Meio
Ambiente. Ainda, foram apregoados os
g seguintes Votos de CongratulaçoesCongratulações: do Ver. Antonio Hohlfeldt,
~m com o Montepio dos Funcionários do Município de Porto
Alegre, pelal
~1 passagem de seu Jubileu de Prata; do Ver. Aranha
Filho,
co m Leila Maria FétimaFátima dos Santos, pelo recebimento dcio
Diploma
de Colaboradora Emérita do
Exército~; com José Augusto Amaral de
Souza, pela recondução ao cargo
de Diretor do Banco Nacional
de Desenvolvimento Social; com Helmut Kepler, por ter
sido es-
colhido o Homem do Aço 1988; com Alfredo José Chagas,
por ter
assumido a Diretoria Financeira da Mútua Assistência
dos Profia-
ssionais
da Engenharia, Arquitetura e Agronomia; com Pedro
Máxiímo,
pela instituição da Missa da Saúde, realizada na Igreja -
Nossa
Senhora Auxiliadora; do Ver. Artur Zanella, com a Com
panhia DOSUL de Abastecimento, pela inauguração do
Super Dc
iiiDosul de Gravataí e Cachoeirinha; com AdaoAdão Antôc3nio
da Rosa; com
Selma
Barcellos Tegiacchi, aposentados recentemente, pelo exce
lente trabalho desenvolvido ao longo de suas
carreiras como
. ncionariosfuncionários municipais; com o Banco Meridional, pela passagem
dos trê~s
anos daquele Banco; do Ver. FlévioFlávio Coulon, com a Fun-
dação ao Brasileira para a ConservaçaoConservação da Natureza, pela comemora
ção o de seu aníversérioaniversário; com o Movimento em Defesa
dos Parques
da
Cidade, por um ano de lutas; do Ver. Frederico Barbosa, com
Tanmira GuimaraesGuimarães e Andréa GuimaraesGuimarães, por terem tirado, respec—
tivamente, 2º2 e 3º2
lugares na Primeira Etapa do Campeonato Nor
te
-
-Americano de
Body-Boarding em Ocean Side Calif6rnia-USA; com o
EducandérioEducandário SaoSão JoaoJoão Batista - Ipanema Centro de
Reabilita-
ção e EducaçaoEducação de Crianças Deficientes
Físicas, por ter organi
zado e realizado o “Cháé das
Tricoteiras” para arrecadaçaoarrecadação de
fu ndos
para a manutençaomanutenção do EducandérioEducandário; do Ver. Hermes Dutra,
m com Fernando Di Primio ConceiçaoConceição, pelo lançamento da revista
“Wonderful”; com a Associação
Comercial de Cachoeirinha, pela
passagem
de seu aniversáario; com o Grupo de Escoteiros Santo
An tôonio,
pela passagem de seu aniversário; do Ver. Mano José,
com a Companhia Cervejaria
Brahma, pela passagem de seu aniver
sário; do Ver. Rafael Santos, com a Sociedade Louis
Braile, pe
~la íinauguraçã~o da
nova sede; com J.H. Santos S.A., pela passa-
gem de seu aniversérioaniversário. Constatada a inexíst~nciainexistência de “quorum”
pa ra a Ordem do Dia, o Sr. Presidente registrou a
presença dos
~Vereadores Adão Eliseu, Aranha
Filho, Brochado da Rocha, Caio Lustosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Jorge
Goularte, Jussa-
ra Cony, Lauro Hagemann, Nereu D’Ávila, Raul Casa,
Paulo Sant’
LrlaAna e Flá’l~vio
Coulon, comunicou encontrar-se na Casa a Profª~.
Jussara
Gruber, autora da obra “A lá~grima
Ticuna ée uma só6”,que
está
colhendo assinaturas em apoio a causa dos Ticunas, e le-
‘evantou os trabalhos à~s
quinze horas e trinta e dois minutos,
convorivocando
os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de
~ amanhã, à hora regimentaL Os trabalhos foram presididos pele-
os Vereadores Brochado da Rocha e Jorge Goularte, o
úUltimo
nos
termos do art. 11, § 3º2 do Regimento Interno, e secreta-
riados pela Verªa.
Gladis Mantelli. Do que eu, Gladis Mantelli,
~ 1ª
Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que,
após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada pelo Sr..
P residente e por mím4$kmim.
O SR. PRESIDENTE
‘a
O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): EstaoEstão abertos os tra-
balhos
da presente Sessã~o.
O SR. MEl LIMA:O SR. NEI LIMA: Sr. Presidente, solicito a ínvers~oinversão na or-
dem
dos trabalhos, passando-se à~
Pauta.
O SR. PRESIDENTE:O SR. PRESIDENTE: Em votaçã~o o
Requerimento. (Pausa.) Os
Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
contra o voto do Ver. Caio Lustosa.
PAUTA
DISCUSSÃO
PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 1439/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 032/88,
do Ver. Wilton Araújo, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Sra.
Antonia Medeiros Collares.
PROC. 1633/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 121/88,
do Ver. Nereu D’Ávila, que altera a denominação de Parque Farroupilha para
Parque da Redenção.
PROC. 1808/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 139/88,
do Ver. Marcinho Medeiros, que denomina Avenida Donário Braga um logradouro
público.
PROC. 1738/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 136/88,
do Ver. Jorge Goularte, que denomina Rua Affonso Robles Filho um logradouro
público.
PROC. 1762/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 041/88, do Ver. Artur Zanella, que concede o título
honorífico de Honra ao Mérito Atlético à tenista Yone Borba Dias.
PROC. 1776/88 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 043/88, do Ver. Hermes Dutra, que concede o Prêmio Literário “Érico Veríssimo” ao Escritor Zeno
Cardoso Nunes.
PROC. 1778/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº
138/88, do Ver. Rafael Santos, que
denomina Rua Jayme Tolpolar um logradouro público.
PROC. 1714/88 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 040/88, do Ver. Hermes
Dutra, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Félix Peter.
3ª SESSÃO
PROC. 1650/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 125/88,
do Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua P.M. Paulo Elcy de Freitas um logradouro público.
PROC. 1636/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 122/88,
do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Rosa Brufatto Zingano um logradouro
público.
PROC. 1616/88 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 038/88, do Ver. Jaques Machado, que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Oscar Basségio.
PROC. 1455/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 113/88,
do Ver. Adão Eliseu, que declara de utilidade pública a Loja Simbólica
Sophia nº 60, instituição maçônica.
PROC. 1764/88 – PROJETO DE LEI
DO EXECUTIVO Nº 082/88,
que autoriza a
abertura de créditos suplementares no valor de Cz$ 3.408.718.000,00 no
Departamento Municipal de Água e Esgotos, e dá outras providências.
PROC. 1563/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 118/88,
do Ver. Lauro
Hagemann, que
denomina Terminal
Turístico Presidente Salvador Allende o terminal de transbordo turístico.
PROC. 1562/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 117/88,
do Ver. Marcinho Medeiros, que oficializa o “Dia do Motoqueiro” no Município de
Porto Alegre.
PROC. 1648/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 123/88,
do Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua P.M. Euclides Rodrigues de Assis um logradouro público.
PROC. 1687/88 – PROJETO DE LEI
DO EXECUTIVO Nº 079/88,
que cria cargos no Serviço Público Centralizado do Município e dá outras providências.
PROC. 1695/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 133/88,
do Ver. Jaques Machado, que denomina Rua Orlando Schneider um logradouro
público.
PROC. 1713/88 – PROJETO DE
RESOLUÇÃO Nº 122039/88, do Ver. Hermes Dutra, que concede o título honorífico de
Cidadão Emérito ao Senhor Derbi Bordin.
PROC. 1726/88 – PROJETO DE LEI
DO EXECUTIVO Nº 081/88,
que cria funções gratificadas na Administração Centralizada do Município.
PROC. 1737/88 – PROJETO DE LEI
DO LEGISLATIVO Nº 135/88,
do Ver. Jorge Goularte, que denomina Praça Moshe Dayan um logradouro público.
PROC. 1741’/88
– PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/88, do Ver. Jorge Goularte, que denomina Rua Professor Oscar Machado um logradouro público.
O SR. PRESIDENTE: Primeiro Vereador inscrito em Pauta. Flávio Coulon. (Ausente.)
Ver. Frederico Barbosa. (Ausente.)
Ver. Hermes Dutra. (Desiste.) Ver. Clóvis Brum. (Ausente. ) Ver.
Nei Lima. (Desiste.)
Não há mais inscritos. Encerrada a Pauta.
A SRA. BERNADETE
VIDAL: Sr. Presidente, queria informar a V. Exa. e à
Casa de que, passando, ontem, pelas dependências da Câmara, a minha assessoria
constatou que a minha sala estava iluminada, próximo das 19 horas e, procurando verificar, viu que
estava aberta também. Como não é a primeira vez que isto acontece, trago o caso à Casa e peço a V. Exa. determinar à segurança que verifique o que
está havendo. Eu não sei explicar por que estaria minha sala aberta e iluminada
domingo à noite.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que notificará a administração da
Casa e toma todas as
providências
necessárias. Se, eventualmente, a Assessoria da Casa entender que deva haver um
inquérito sobre o
assunto, a Mesa o fará imediatamente.
A SRA. BERNADETE
VIDAL: Eu agradeço e que se tome um
pouco mais de cuidado.
O SR. PRESIDENTE: Vereadora, eu insisto em dizer que tomaremos todos os cuidados.
Solicito à Sra. Secretária que proceda à verificação de “quorum” para a Ordem do Dia.
(A Sra. 1ª Secretária procede à verificação de
“quorum”.)
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: Sr. Presidente, há 23 Vereadores em Plenário.
O SR. PRESIDENTE: Há “quorum”. Passamos à
ORDEM DO DIA
O SR.
PRESIDENTE: A Sra. 1ª Secretária fará as apregoamentosções necessáriaos.
A SRA. 1ª
SECRETÁRIA: Deu entrada à
Mesa uma Emenda de Líder
ao Proc. nº 658/88 – PLL nº 029/88, de autoria do Ver. Cleom Guatimozim,
subscrita, também,
pelo Ver. Nei Lima,
do seguinte teor.
(A Sra. 1ª Secretária lê a Emenda de Líder.)
O SR. PRESIDENTE: Designa-se Relator da Emenda o Ver. Jorge
Goularte.
VOTAÇÃO
PROC. 1584/88 – REDAÇÃO FINAL ao PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 036/88, da Comissão de Finanças e Orçamento, aprova as
Contas da Câmara Municipal de Porto Alegre,
referentes ao exercício de 1987.
O SR. PRESIDENTE: Em votação a Redação Final ao Projeto de Resolução
nº 036/88. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
PROC. 0964/88 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/88,
do Ver. Lauro Hagemann, que acrescenta o
inciso XVII ao artigo 76, da Lei Complementar 133, de 31.12.85.
Parecer:
- da Comissão
Especial. Relatora,
Verª Jussara Cony: pela tramitação e aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 008/88. (Pausa.) Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Lauro Hagemann, solicitando que
o PLCL nº 008/88 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2913/87 – PROJETO DE LEI
DO EXECUTIVO Nº 122/87, que autoriza permuta de imóveis entre o Município de
Porto Alegre e David Kopstein.
Pareceres:
- da CJR.
Relator, Ver. Cleom Guatimozim: pela
aprovação;
- da CFO.
Relator, Ver. Raul Casa: pela aprovação; e
- da CUTHAB.
Relator, Ver. Antonio Hohlfeldt: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 122/87. (Pausa.) Em votação. (Pausa.)
Para encaminhar, com a palavra o Ver. Caio Lustosa.
O SR. CAIO
LUSTOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, trata-se de mais um processo de permuta
de imóveis do Município com terceiro, particular. O Projeto de Lei recebeu
parecer favorável das Comissões, inclusive da minha, a Comissão de Justiça, quanto à legalidade, mas, em discutindo o
mérito, queremos, mais uma vez, nos manifestar sobre a inconveniência do Município estar votando esse tipo
de projeto, de alienação de
imóveis do seu patrimônio, principalmente neste período pré-eleitoral, insisto, principalmente neste período
pré-eleitoral. Afirma-se que o imóvel do terceiro interessado,
localizado na Lima e Silva, e que passaria para o patrimônio do Município, é
indispensável para a regularização dos imóveis circundantes, e que por
sua parte o imóvel desse Sr. Kopstein, 1á na Rua Duque de Caxias,
interessaria a esse Sr. Kopstein. Ocorre que aqui nas plantas não se verifica quem
são os lindeiros deste imóvel. A experiência que temos tido nesta Casa, mostra que normalmente
trata-se de anexar o imóvel, ainda que de pequena área, a outro lindeiro
limítrofe, e com isto é óbvio que há um enriquecimento considerável de parte dos beneficiados. Neste caso, nós não temos o nome dos proprietários limítrofes. Dizem apenas, as
plantas, “imóvel de quem de direito”. Ora, esta informação não é
bastante. E eu não sei porque o setor de avaliação da Prefeitura não
especifica, em cada uma das plantas remetidas, o processo
administrativo, como é de seu dever, os proprietários titulares do domínio dos imóveis limítrofes.
Por isto que, na dúvida, nós iremos votar contra esta
permuta, porque, se nos parece que um pouco de cautela, mormente neste período pré-eleitoral, se torna mais do
que indispensável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o nobre Ver. Caio Lustosa me deixou, agora, baratinado. Como a Casa
sabe, os processos que tramitam no Legislativo, necessariamente, não tramitam
em todas as Comissões técnicas. E os Vereadores das Comissões nas quais o processo não tramitou, fazem forte
o seu voto através dos pareceres das Comissões pelas quais o pProcesso tramitou. Por exemplo, na Comissão de Justiça, o Ver. Caio
Lustosa teve – e eu não estou defendendo o Projeto, estou defendendo o meu voto – todas as
alternativas a seu alcance para baixar o Processo em diligência para saber tudo sobre o Processo. E até votou favorável ao Parecer pela aprovação: “é legal, regimental”, e assinou. Estou baseado
neste Parecer da Comissão de Justiça. Ora, se não é legal, se tem alguma coisa que não está clara, a Comissão de Justiça tem todo o poder
para pedir a descida do Projeto em diligência, agora, não tem o direito, nenhuma Comissão, de desinformar o Plenário. É função da Comissão pela qual
passou o processo uma formação séria e idônea para os
Vereadores em cujas Comissões não passa o Processo. Eu tomo
conhecimento deste Processo na hora da votação, porque ele não tramita na
Comissão de Educação. Chego aqui e leio
os Pareceres: Comissão
de Justiça e
Redação, Ver. Cleom Guatimozim, pela aprovação; Ver. Caio Lustosa, Presidente, pela
aprovação; Ver. Ignácio Neis, Vice-Presidente, pela
aprovação; Ver. Flávio Coulon, pela aprovação;
Ver. Luiz Braz, pela aprovação. Então, vejo, Sr. Presidente, os demais
Vereadores não colheram a assinatura, mas aqui tem a aprovação da Comissão de Justiça. Aí vou para a
Comissão de Finanças e Orçamento: Ver. Raul Casa, Relator, pela aprovação; Ver. Ennio Terra, pela aprovação; Ver.
Valdir Fraga, pela aprovação; Verª Terezinha Irigaray, pela aprovação; eu tenho que nortear
o meu voto por quem estudou o Processo. Vamos
à Comissão de Transporte e
Urbanização: Relator, Ver. Antonio Hohlfeldt, do PT, pela aprovação, seguem aqui as assinaturas, Ver. Nei
Lima, Presidente, pela aprovação, Ver. Elói Guimarães, Vice-Presidente, pela aprovação; Ver. Frederico Barbosa, pela
aprovação; Ver. Paulo Sant’Ana, pela aprovação. Quer dizer, unânime a votação, nesta Comissão. Aí o Processo vem à votação. Não passou na Comissão de Saúde; não passou na Comissão de
Educação, e como os Vereadores dessas
Comissões vão nortear o seu voto? Vão nortear em função dos pareceres técnicos: todos pela
aprovação. Agora chega na votação e levanta-se o Vereador que assinou o Processo, que é Presidente da Comissão que
tem dever de analisar a legalidade do projeto. Se tem alguma sacanagem no Projeto, a Comissão de Justiça tem
todas as condições técnicas para examinar. Dá o seu voto favorável e vai aqui argumentar que vota contra porque não viu a planta, porque não sei o que mais? Agora, o que
deixa para nós, em cujas Comissões o Processo sequer tramitou? Nós só podemos
ver o Projeto quando ele é incluído na Ordem do Dia, aqui, para discutir, porque por
ocasião da Pauta
não se tem um juízo de valores. Quem dá este juízo de valores, quem é que faz
forte este Projeto,
a sua tramitação e a sua aprovação ou desaprovação?
É no âmbito das Comissões técnicas, e estas, são pela aprovação. E eu chego aqui e me
espanto, fico baratinado, quando o nobre e atilado Presidente da Comissão de
Justiça vem aqui: “Eu voto contra, etc.,
etc.”. Então, eu não sei o que fazer.
Daqui a um pouquinho mais a solução vai ser a de que o Processo passe em todas as Comissões.
O Sr. Werner
Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) É uma pena que a opinião pública, em toda sua extensão, não tem acesso ao discurso
de V.Exa. Como é fácil a
superficialidade, como é fácil o trabalho aqui
dentro, sem nenhuma responsabilidade, ao correr das coisas. E, lá fora, dizem que a Câmara,
a não ser 2 ou 3 ungidos pelo direito natural
da ética, da seriedade, com exceção de uma grande maioria de responsáveis. Uma
pena que a opinião pública não sabe que aqueles assinam uma
coisa e, depois, votam outra, e, de público têm até áurea, na Cidade, dae serem extremamente responsáveis, zelosos. Não
conheço corrupção maior do que a de desleixo. Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Clóvis Brum, eu queria notificar a V. Exa. que está encaminhando, não cabendo apartes.
O SR. CLÓVIS BRUM: Eu peço desculpas à Mesa e ao próprio Ver. Werner Becker, pois
cometi um equívoco. Mas a minha intenção, aqui, não é nem criticar os
colegas; a minha intenção é tentar acertar o meu voto. Na Comissão de Educação, somos cinco Vereadores, onde o Processo
não tramitou, e nós nos louvamos nos pareceres técnicos das demais Comissões. Está tudo bonitinho no
Processo, tudo assinadinho, tudo amarradinho, não teve problema de planta com ninguém, o Dr. Caio não questionou planta com ninguém,
senão, estaria aqui, o voto vencido do Dr. Caio, se fosse o caso. Já vi voto vencido do
Ver. Caio Lustosa, sim, mas, agora, fiquei surpreso
com essa colocação, porque já nem sei o que é que faço, se voto a
favor, para agradar, ou se voto contra. Eu só digo o seguinte: voto com o pParecer técnico das Comissões, me louvo nos pareceres técnicos das Comissões, porque, se eu não acreditar
no trabalho das Comissões técnicas, na assinatura dos
homens, na assinatura
dos representantes do povo com assento nesta Casa, em que mais eu vou acreditar?
Por isso, Sr. Presidente, lamento muito o encaminhamento do Ver. Caio
Lustosa, foi um encaminhamento inoportuno, infeliz, teve ele a chance, até, de enobrecer as minhas reflexões sobre a matéria, agora,
depois que assina, vota favorável, me deixa aqui perplexo porque não tem planta,
porque tem planta, não sei que mais?! Sr. Presidente, voto com o Processo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Raul Casa, que encaminha pelo PFL. S. Exa. tem cinco minutos, sem apartes.
O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que me fez vir à tribuna para encaminhar este Processo foi exatamente o pronunciamento do ilustre Ver.
Clóvis Brum. Realmente este tipo de Projeto, que vem amiúde à Câmara, principalmente em se tratando de área de permuta, vem com tal respaldo técnico, com tal gzelo dos órgãos públicos que estudam a matéria no âmbito do Município, que realmente raríssimas vezes temos tido dúvidas sobre este tipo de transação. Existem alguns pareceres, em alguns processos,
que nos dão - Vereadores que integram a Comissão - muita tranqüilidade para votá-los.
Há algum tempo, um Projeto mais ou menos semelhante, eu tive o cuidado de pedir ao
ilustre Ver. Caio Lustosa que se detivesse na análise do Projeto, exatamente para verificar se havia
alguma dúvida, se havia algum
questionamento a fazer, e o Ver. Caio Lustosa, a bem da verdade, se dedicou com
profundidade ao assunto: delegou assessores para estudarem o assunto e veio ao processo dar
o seu parecer, um parecer altamente técnico, altamente elogiável.
Então, realmente, eu acho que esse tipo de processo, quando chega a esse Plenário, já chega com o respaldo
absolutamente
idôneo, técnico, mormente porque os
Vereadores também oportunidade têm, Ver. Caio Lustosa, de analisar os projetos, já que eles correm Pauta, podem pedir
vistas ao processo, em qualquer Comissão, Ver. Clóvis Brum. Certamente
o Ver. Caio Lustosa, quando deu o seu voto, deve ter encontrado
argumentos. Nesse tipo de projeto até me valho da assessoria dos Vereadoress. Caio Lustosa e Antonio Hohlfeldt, se
bem que tenho consultado, muitas vezes, a assessoria do
Ver. Aranha Filho. Essas assessorias me dão
as informações que gostaria de saber, esclarecem-me as dúvidas e,
quando chegam em Plenário, já estou esclarecido e satisfeito. Realmente, nos
surpreende, quando chegam em Plenário, dão um voto na Comissão e no Plenário
discordam da posição adotada antes. Por isso, fico normalmente - é um direito
do Vereador, deve ter-se
percebido de alguma falha, etc. - com as Comissões, mesmo porque elas sempre mereceram desta Casa o maior
respeito e consideração. São processos estudados com a maior
profundidade, com o maior cuidado. Por isso, fico sempre com os pareceres
técnicos de que se cerca a Casa para votar os projetos. A
Bancada do PFL vota evidentemente favorável a esse tipo de projeto.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Nei Lima, para encaminhar,
pelo PDT.
O SR. NEI LIMA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não usarei todo o
tempo do encaminhamento, mas é para justificar os projetos desta natureza que
passam pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação da Casa. A CUTHAB, em reunião no início da nossa gestão como pPresidente, determinou que estes projetos de alienação de imóveis fossem distribuídos ao Ver. Antonio Hohlfeldt, que, por ter uma assessoria competente e zelosa, que é pelas coisas do Município, encaminhamos a ele todos os processos de alienação de imóveis.
Portanto, o Ver. Antonio Hohlfeldt, cioso que é, como já disse, foi claro nas colocações e teve a aprovação unânime dos cinco membros da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, fazendo com que nós, os Vereadores desta Casa, tenhamos convicção na hora do voto. Na hora do voto nós estamos com quem apresentou
o relatório, até
por que sabemos que o Ver. Antonio Hohlfeldt tem lutado muito e
nós temos discutido muito na Comissão, chamando, inclusive, o representante do Município, que é a Arquiteta Helena, que sempre quando existem dúvidas com relação a processos de alienação vem a esta Comissão discutir com os seus membros
e com os Vereadores que teêm interesse com
nos projetos.
Portanto, noós dá a tranqüilidade de, em nome do
PDT e da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação,
dizer que este Projeto está correto, e vamos votar nele porque o Ver. Antonio Hohlfeldt sacramenta o interesse do Município. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Não havendo mais quem
queira encaminhar, em votação o PLE nº
122/87.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr. Presidente, requeiro que a
votação seja nominal.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Clóvis Brum.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra o voto do Ver. Hermes Dutra.
A Sra. 1ª Secretária procederá à chamada nominal
para votação do
Projeto.
A SRA. 1ª
SECRETÁRIA: (Procede à
chamada e colhe os votos dos Srs. Vereadores
.) Sr. Presidente, 20 Srs. Vereadores votaram SIM e 02 Srs. Vereadores votaram NÃO.
O SR. PRESIDENTE: APROVADO
o PLE nº 122/87.
(Votaram SIM os Vereadores: Adão Eliseu, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete
Vidal, Clóvis Brum, El1ói Guimarães, Ennio Terra, Gladis Mantelli, Hermes
Dutra, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nei Lima, Nereu D’Ávila,
Nilton Comin, Paulo Sant’Ana, Rafael Santos, Raul Casa, Werner Becker, Wilton
Araújo e Flávio Coulon. Votaram NÃO os
Vereadores: Caio Lustosa e Jussara Cony.)
(Nota do Revisor: Embora
conste vinte20 votos “Sim” como dado oficial do resultado da
votação do PLE nº 122/87, foram listados os
nomes de 21vinte e um Srs. Vereadores como tendo
respondido “Sim”, com base no livro de chamada da referida votação.)
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando
que o PLE nº 122/87 seja dispensado de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.,) APROVADO.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, requeiro, considerando que o próximo Projeto é o de autoria
do Ver. Hermes Dutra, que cria o Bbairro com denominação de Humaitá e está tramitando
um Parecer, que a Mesa colocasse em votação em bloco os dois últimos Projetos.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa coloca a V. Exa. o seguinte sobre a matéria do próximo Parecer:. Aapós várias consultas, a Mesa entendeu que a Eemenda
ao PLL nº 029/88, do Ver. Cleom Guatimozim, subscrita também pelo Ver. Nei Lima, se constitui num Substitutivo que terá que correr
duas Pautas. De maneira que retira de pPauta
o Projeto, para que corra duas Pautas o Substitutivo. Tendo em vista que a Emenda cria dois bairros e
mais um que é o Bbairro Farrapos e modifica substancialmente os contornos
anteriormente apresenta dos
para o dito Bbairro Humaitá, modificando, na essência, o Projeto num todo.
O Projeto encontra-se à disposição de V. Exas. e os autores do Projeto já tomaram ciência da posição da Mesa sobre a matéria.
O SR. NEI LIMA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu acato a decisão da Mesa, mas eu entendo que, de acordo com o Regimento Interno da Casa, somente
quando for uma Emenda global é que passa a ser considerado Substitutivo. Como não é, nada impede que uma Lei só crie dois, três ou quatro bBairros,
se for o caso. Eu não contesto a decisão da Mesa, mas eu
tenho dúvidas devidas com referência a ser Substitutivo ou ser uma Emenda
simples.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Nei Lima, a Mesa entende que são procedentes as suas dúvidas, mas a Mesa insiste. Se fossem criados por processos apartados outros bBairros,
não
teria problema, mas se inclui no bojo deste mesmo Projeto, ou seja, ele passa a
ter a característica de criar dois., O
Projeto como Projeto modifica também todos os traçados e retira parte do Bbairro Navegantes e modifica fundamentalmente os contornos. De qualquer
forma, Vereador, a Mesa está tendo uma cautela, neste momento, para que, amanhã ou depois, uma destas partes que eventualmente se julgue prejudicada, possa adentrar no Poder Judiciário, alegando víicio de procedimento Legislativo.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr. Presidente,
eu quero manifestar o meu acatamento total à decisão da
Mesa, até porque esta Pauta significa uma divulgação deste
Processo apresentado pelo Ver. Nei Lima e pelo Ver. Cleom Guatimozim, uma vez
que vai denominar uma área onde residem milhares de pessoas.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa dará divulgação total a esta matéria.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Então, eu mantenho o meu
Requerimento, Sr. Presidente, de que sejam votados em bloco os dois últimos
Processos.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Rrequerimento
do Vver. Clóvis
Brum. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1236/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 96/88, do Ver. Frederico Barbosa, que denomina Avenida
Leopoldo Geyer um logradouro público.
Pareceres:
- da CJR.
Relator, Ver. Ignácio Neis: pela
aprovação; e
- da CUTHAB.
Relator, Ver. Nei Lima: pela aprovação.
PROC. 1368/88 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/88, do Ver. Hermes Dutra, que denomina Rua Odilon Funk Tubino um logradouro
público.
Pareceres:
- da CJR.
Relator, Ver. Ignácio Neis: pela
aprovação; e
- da CUTHAB.
Relator, Ver. Nei Lima: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão os Projetos de Lei do Lsegislativo nos 96 e 104/88. (Pausa.) Não
havendo quem queira discutir, em
votação. (Pausa.)
Para encaminhar, com a palavra, o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS
BRUM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, só para fazer um breve registro
à proposição do Ver. Frederico Barbosa, que denomina Rua Leopoldo Geyer uma via
pública de Porto Alegre. Efetivamente, foi muito feliz o Ver. Frederico Barbosa, porque com
esse Projeto a Cidade prestará uma homenagem àquele homem que, quando menino,
auxiliava o seu pai, então funcionário do Sr. Masson, na limpeza da própria loja. Depois, tentando ser um consertador de relógios, passou a essa prática.
No entanto, não pode ir avante porque as suas mãos suavam muito e oxidavam as peças dos relógios. A partir daíi,
passou a ser o balconista do Sr. Masson. Por outro lado, era ele o coroinha da
Igreja do Paço do Rosário e com os casamentos e batizados que ali se realizavam,
Leopoldo Geyer também sobrevivia, ajudando a Igreja e a si próprio. Era
um menino comerciante, desde pequeno.
Conheço a vida de Leopoldo Geyer porque tive o prazer e a
oportunidade de escrever alguma coisa sobre esta figura notável de Porto Alegre. Por isto, o Ver. Frederico Barbosa, ao
homenagear uma via pública com o nome de Leopoldo Geyer, oportunizou a que a Câmara de Vereadores e a própria Cidade rendessem sua
homenagem a quem dedicou toda a sua vida a mesma. Parabéns, Ver. Frederico Barbosa, parabéns à família de Leopoldo Geyer e parabéns àa própria
Cidade, que teve, nesta figura, um grande trabalhador, um grande obreiro,
um homem dedicado não só àa família, mas
também àa
atividade empresarial. Nesta tarde, a Câmara tem oportunidade de resgatar a sua memória,
dando o seu nome a uma via pública. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar,
em votação os PLLs nos 96 e 104/88. Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADOS.
Sobre a mesa, Requerimento de autoria do Ver. Frederico Barbosa, solicitando que o PLL nº 96/88 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta data.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE: Há ainda um Rrequerimento
para ser submetido ao Plenário, .
- de
autoria do Ver. Adão Eliseu, solicitando que o PLL nº 101/88, Proc. nº 1350/88, PLL nº 101/88, que determina
providências par a a implantação de roleta especial em táxis-lotação,
seja consideradoa em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões:
CUTHAB, CEDECON e CJR.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
O SR.
PRESIDENTE: Questão de
Ordem, com o Ver. Aranha Filho.
O SR. ARANHA
FILHO (Questão de Ordem):
Não escutei mencionar a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, no Proc. nº 1350/88.
O SR. PRESIDENTE: Não, é Comissão de Economia e Defesa do Consumidor, nobre Vereador.
O SR. ARANHA
FILHO: Seria possível colocar Saúde e Meio Ambiente, ou existe
algum óbice?
O SR. PRESIDENTE:
A Mesa estudaráa a matéria, de vez que o
Requerente e a Assessoria da Casa entenderam que não era competência
da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, agora, não há nenhum óbice.
O SR. ARANHA
FILHO: Sr. Presidente, já foi debatido, nesta Casa,
esse assunto de roletas em ônibus, e agora vem o Projeto em táxi-lotação, e eu lembro que existe o problema com
deficientes físicos, senhoras grávidas e etc., razão pela qual, acho importante passar pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
O SR. PRESIDENTE: A posição da Presidência é a seguinte: legalmente, da forma em que foi instituída a Comissão, não é de competência, mas V.Exa. alega que eé de competência, de maneira que se adita, ressalvados os direitos posteriores e pertinentes à matéria.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.:
Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito à Sra. Secretária que proceda à
verificação de “quorum”.)
A SRA. 1ª
SECRETÁRIA: (Procede à segunda chamada nominal dos Vereadores.) Há 13 Srs. Vereadores presentes
em Plenário, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Não há “quorum”. Registre-se as presenças dos Vereadores Adão Eliseu, Aranha Filho, Brochado da Rocha, Caio
Lustosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Nereu D’Ávila, Raul Casa, Paulo Sant’Ana e Flávio Coulon.
Antes de encerrar a presente Sessão, a Mesa anuncia que se
encontra na Casa a Profª Dra. Jussara Gruber, que escreveu a obra “A Lágrima Ticuna é uma sSó”, que versa sobre a solidariedade aos Ticunas.
S.Exa. estará no Gabinete da Presidência, à disposição dos Srs.
Vereadores, para palestrar e, sobretudo,
para colher assinaturas em apoio à causa dos Ticunas.
O SR. PRESIDENTE: Nada mais havendo a tratar,
declaro encerrados os trabalhos.
(EncerrLevanta-se a Sessão às 152h3244min.)
* * * * *
Solicito
ao sr. Secretário “ad hoc”, Ver. Jorge Goularte, que proceda à chamada nominal
dos Srs. Vereadores para verificação de “quorum”.
O SR. SECRETÁRIO “AD HOC”: (Procede à verificação de
“quorum”.) Há “quorum”, Sr. Preidente.
O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2768/87 – PROJETO DE LEI
OCMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº -15/87, que dispõe sobre a
urbanização da orla do rio Guaíba, entre a Usina da Volta do gasômetro e a
Ponta do melo, cria o Fundo de Saneamento Básico para vilas populares e dá
outras providências. Projeto Praia do Guaíba. COM MENSAGEM RETIFICATIVA,
EMENDAS DE 01 A 05 E SUBSTITUTIVO.
Parecer:
- da Comissão Especial, Rel. Ver. Caio Lustosa; pela
rejeição do Projeto e pela aprovação do Substitutivo.
(Obs.:
Incluído na Ordem do dia por força do artigo 44 da Lei Orgânica do Município.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. Secretário
que apregoe Emendas recebidas pela Mesa, referentes ao PLCE nº 015/87.
O SR. 3º SECRETÁRIO: Emenda de Líder do Ver. Artur
Zanella, ratificada pelo Ver. Raul Casa. (Lê a Emenda.)
Emenda
do Ver. Werner Becker, que recebeu o número 08. (Lê a Emenda.)
Esta
Emenda, subscrita pelo Ver. Werner Becker, é referendada pelo Líder do PDT,
Ver. Cleom Guatimozim.
Outra
Emenda da Liderança do PDT, subscrita pelo Ver. Werner Becker, é a seguinte:
(Lê.) “Suprima-se a área expressa como PPG1.4, constante do Anexo 01 – Projeto
de Lei complementar do Executivo nº 015/87, com a conseqüente alteração de
textos, tabelas e mapas”.
Estas
são as três Emendas constantes sobre a mesa, Sr. Presidente.
O SR. FLÁVIO COULON (Questão
de Ordem):
Gostaria de saber se estas Emendas vão ser distribuídas por cópias. Qual é o
tempo que disporemos para decodificar essa linguagem, pois não se sabe o que é
isso aí: PP. EP, EE, justamente para complicar toda a situação. Gostaria de
saber se vai ser aberto um tempo para que possamos saber, realmente, o que
significam estas Emendas.
O SR. PRESIDENTE: Em primeiro lugar, as Emendas estão sendo distribuídas aos
senhores Vereadores; m segundo lugar, as decisões ocorrerão pela praxe seguida
pelos usos e costumes da Casa, que os Srs. Vereadores devem conhecer.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM
(Questão de Ordem): Nos termos do Regimento Interno, para contraditar
o nobre Ver. Flávio Coulon, dizendo que a linguagem usada nas Emendas é a linguagem
que todo o Vereador deve conhecer, porque se refere ao plano Diretor, não é
para enrolar ninguém.
O SR. FLÁVIO COULON: Sinto não aceitar as
ponderações do Líder da Bancada do PDT e denuncio que, justamente o uso desta
linguagem, nas atuais circunstâncias, sem que possamos ter tempo para
decodificar as reais intenções destas emendas, é um expediente no sentido de
empurrar, através de uma maioria já obtida aqui nesta Câmara, Emendas que nós
não temos condições, no momento, de avaliar e tudo indica que são contrárias ao
interesse público.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa, como dirigente dos
trabalhos, não pode aceitar nem convalidar juízos de valor, nem de competência
das partes, motivo pelo qual se escusa de pronunciar-se a respeito e de dar
acolhida a qualquer andamento neste sentido. A Mesa anuncia que tem um
princípio: não deve ter juízo de valor sobre conteúdos de matérias e coloca
isto aqui.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
Quero informar ao Ver. Flávio Coulon e a qualquer Vereador presente que não
tenha lido nem estudado o Projeto, que eu estou em condições de,
pedagogicamente, explicar, em linguagem simples, aos que não estudaram o
Projeto, aquilo que não entendem. Se interessar mesmo esta informação, eu posso
fazê-la, mas quero sintetizar que ela apenas atende às reclamações daqueles que
reclamavam da área pública a ser atingida e que ela apenas pretende, a emenda,
diminuir em 18% o volume que ia ser edificado de área privada . Isto é muito
simples, e basta, ou boa vontade, ou um mínimo de intimidade com o Projeto que
hoje se aprova ou reprova, para saber isto. Demonstra a intervenção do Ver.
Flávio Coulon que ele não quer debater, porque ele não conhece, não sabe o que
é, não quer debater porque não teve a preocupação em estudar o Projeto, pois
sua preocupação maior foi se postar contra ou a favor imediatamente.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede vênia aos Srs.
Vereadores, para dizer que os Srs. Vereadores terão assegurado, pelo mandato
que têm, dispor da tribuna, mediante inscrição feita perante o r. Secretário
dos trabalhos, pois a Mesa não pode ser colocada como árbitro da questão, de
vez que esse é o papel dos Srs. Vereadores nas suas individualidades. Em
questões dirigidas à Mesa, até o presente momento, não são pertinentes a ela,
de vez que são juízos de valor, e a Mesa não pode avançar sobre este assunto,
só podendo oferecer organicamente as inscrições, pois isso manda o Regimento
Interno. Pedimos a compreensão dos Srs. Vereadores, pois gostaríamos de nos
manter eqüidistantes dos juízos de valor, não só pelo Regimento Interno, mas,
sobretudo, pelo respeito recíproco que nos cerca.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, sou solidário
com as suas ponderadas considerações, reconheço que V. Exa. tem toda a razão,
mas faço um apelo para que o neo-pedetista, que há pouco se pronunciou,
compareça à tribuna e explique o Projeto, já que ele conhece tão bem, e, em
especial, a sua Emenda.
O SR. PRESIDENTE: Acredito que os Srs.
Vereadores farão normalmente as inscrições que se arem neste momento. Elas terão
uma praxe: deverão ser feitas rigorosamente junto ao Sr. Secretário dos
trabalhos, e o Vereador que quiser ser inscrito comunique ao Sr. Secretário,
pois a Presidência tem que controlar o tempo. A Presidência se louvará,
exclusivamente, nas inscrições feitas na Secretaria da Mesa, e esta posição
vale para esta presidência, ou para qualquer outra que venha a assumir os
trabalhos. A Mesa solicita aos Srs. Vereadores que façam suas inscrições.
Primeiro
inscrito é o Ver. Caio Lustosa, V. Exa.
tem dez minutos.
O SR. CAIO LUSTOSA: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, representantes da comunidade comunitária e parcela do povo, parcela
de 66, que aqui está nas galerias, este Projeto denominado Praia do Guaíba, ele
teve um início sigiloso. Quando em abril de 87, o Sr. Prefeito Municipal
assinou um contrato, só ele com o Escritório de Arquitetos e Urbanistas
Associados, dirigido pelo Sr. Jorge Debiagge, este contrato ficaria nos
arquivos do paço Municipal, se não fosse o milagre do xerox, e se esse xerox
não viesse, através de um envelope, até os gabinetes dos Vereadores desta Casa,
entre os quais este que lhes fala. E justamente a este contrato preliminar.
Para estudo da viabilidade urbanística, arquitetônica e paisagística da orla de 6km do Rio Guíba, é nesse contrato
que reside toda ilegalidade, que passou daí para frente a presidir o
comportamento do Executivo Municipal. Foi feito nos termos do Decreto-Lei nº
2.300, Decreto-Lei federal, para quem não sabe, o mesmo Decreto-Lei expedido
pelo Governo Sarney, expressa e adredemente para “legalizar” a construção da
malfadada ferrovia Norte-Sul. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, já
começou mal o encaminhamento desse Projeto com contrato aparentemente inocente, mas com uma cláusula leonina, uma
cláusula exorbitante e contrária ao interesse público, ao interesse da
municipalidade e contribuintes de Porto Alegre e dos cidadãos, enfim, que esse
interesse deve nortear. É a cláusula 4ª que diz expressamente que “na hipótese
de aprovação de estudo de viabilidade – que depois o arquiteto Debiaggi veio a
desenvolver – “ficam assegurados à contratada” – a firma do Sr. Debiaggi – “os
direitos autorais pertinentes ao desenvolvimento dos projetos de urbanismo,
arquitetura e paisagismo”, e aqui vem o aspecto mais grave: “a coordenação de
todos os demais projetos complementares necessários à execução das obras, bem
como a coordenação da equipe especializada no estabelecimento do plano
jurídico, econômico e – aqui chamo a atenção de todos – mercadológico”.
Mercadológico quer dizer o quê? No plano da transação, da venda, da alienação,
da permuta de áreas que estão pelo Plano Diretor dentro do patrimônio da
municipalidade, pertencendo a cada um e a todos desse milhão e pouco de
porto-alegrenses. Pois esta cláusula que aqui está e que foi assinada pelo
Prefeito, permita a um só cidadão, como que numa ressurgência do tempo da
capitanias hereditárias em que ao Capitão-Mor era dado todo o poder, inclusive
o de aplicar justiça sobre os territórios em que esse estabelecia o seu feudo.
Aqui, então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, cidadãos de Porto Alegre, reside
o passo inicial de um cortejo de ilegalidades de comprometimento do patrimônio
público em benefício a interesses privados ainda não expressamente declarados,
mas que, pelo que se sabe, pelo que vivemos da história desta Cidade,
principalmente nestes últimos cinco anos, vai aquinhoar os mesmos grupos que
patrocinaram a alteração para pior do Plano Diretor. Será que Porto alegre já
esqueceu o que foi a alteração do Plano Diretor? Será que Porto alegre já
esqueceu, por exemplo, que ali, nos fundos do Colégio Protásio Alves, nas
imediações do centro municipal de Cultura, uma área nobre de centenas de metros
quadrados de valor praticamente inimaginável, e onde está se anunciando a
construção do Plaza Miró, do Grupo Encol, com pobres e modestos apartamentos de
seis milhões de cruzados, no mínimo. Será que Porto Alegre ignora que aquilo
ali foi trocado por uma chacrinha no beco da Fumaça? Será que Porto Alegre
ignora isto? E que o pretexto, nessa oportunidade, como agora, é atender os
humildes? Porque o fundamento social para esta venda, contra a qual muitos
Vereadores desta Casa se rebelaram era a de construir habitações par aos
funcionários do Departamento Municipal de Habitação? Uma área nobilíssima de
centenas, senão de mais de mil, e digo eu, meio hectare talvez, trocada por uma
área no Beco da fumaça. Elas por elas. Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
a questão. Aqui, fundamentalmente, reside em analisarmos a partir desta
cláusula, o estilo de administração que, com o pretexto de modernizar, de
urbanizar, de aproveitar, de civilizar, segundo a palavra do Prefeito, os 100
hectares desta orla, tenta levar à venda, inicialmente 23 hectares, de uma área
cujo valor, também, não consta do processo de avaliação, o preço.
O SR. PRESIDENTE: V. Exa. terá mais dez
minutos, conforme referiu anteriormente, Sr. Ver. Caio Lustosa.
O SR. CAIO LUSTOSA: A questão fundamental, então,
reside nisto. Através de um contrato preliminar e cuja legalidade já está toda
ela contestada pelo Parecer nº 7342 da Procuradoria-Geral do Estado, esta venda
é ilegal, é contrária ao interesse público. Os outros aspectos até,
paisagístico, urbanístico, ecológico, caem, debaixo da gravidade deste tipo de
contrato. Não é este Vereador quem diz, mas sim a Procuradora Ana Maria Landel
de Moura, em seu Parecer aprovado pelo Corpo de Procuradores da
Procuradora-Geral do Estado, e pelo seu titular maior, que é o ilustre jurista
Manoel André da Rocha. Diz ela em seu Parecer: “outro ponto que cumpre destacar
na análise desta Carta-Contrato é o que se refere à interpretação da cláusula
4ª do citado instrumento obrigacional, e que a figura contratada” - abre aspas
– “os direitos autorais pertinentes ao desenvolvimento de projetos de urbanismo,
arquitetura e paisagismo e a coordenação de todos os demais projetos
complementares necessários à execução das obras, bem como a coordenação de
equipe especializada no estabelecimento de plano jurídico, econômico e
mercadológico”, e por aí vai. E acrescenta expressa e sem dúvida alguma a
Procuradora, causa estranheza a edição dessa cláusula, de vez que o artigo 77
do Decreto-Lei 2.300, suporte legal do ajuste expressamente determina que a
administração somente premiará projeto desde que o autor ceda os direitos
patrimoniais, cabendo a fiscalização e execução ao poder Público, facultando-se
apenas ao contratado, ou prestador do serviço, o acompanhamento de sua
execução. E o mais sério, ainda nesse parecer, é quando a sua prolatora afirma,
mais forte ainda fica ressaltado, diz ela, face ao que já foi exposto, através
da leitura dos dispositivos legais citados, e transcritos que orientaram a
transação, objeto da referida Carta-Contrato, a impossibilidade jurídica de a
Administração Municipal e o Poder Executivo, delegar e ceder, através de norma
obrigacional, a ser preenchida pela contratada, direitos e deveres ínsitos ao
Poder Público, sem o devi procedimento licitatório a órgãos, empresas e
profissional especialmente habilitados para a execução da atividade delegada,
ou concedida. Eu sei que é cansativo estar repisando um parecer que se encontra
em poder de todos os Vereadores, mas cujos termos não cegaram à população. A
população ignora tanto o contrato este firmado em 87 entre o Prefeito e o Grupo
Debiagi, como ignora os termos deste parecer. Mas, a discussão que se procedeu
neste ano e pouco conseguiu, apesar das barreiras naturais que se estabeleceram
na Cidade, porque esta questão é uma das questões-tabus, que mexe com um
patrimônio imenso, ma, por isso mesmo, a Cidade tem que discutir. E não fora,
talvez, aquele gesto heróico dos jovens da AGAPAN no dia de ontem subindo a
torre da Usina do gasômetro, não teríamos a cobertura e o interesse despertado
para esta discussão e votação.
E
foi ontem, mesmo, que também chegou aqui um pronunciamento de 50, não são
cinco, 50 técnicos do mais alto nível da Secretaria do Planejamento, a pedir, a suplicar a cada um e a todos os
Vereadores desta Casa que não aprovem
este Projeto, porque ele mercadeja, ele vende, ele transfere, para lucro de
quem, não se sabe. O patrimônio da Cidade.
Então,
se faz colocações inapropriadas, procurando inverter o rol das discussões, como
e os ecologistas fossem um tipo de espécie ou de sub-espécie humana, que de
repente quisessem deter, que quisessem enfear, macular, comprometer a orla do
Guaíba, quando é justamente contrário.
Acusam-nos
de radicais, porque nós apresentamos um substitutivo. E não é um projeto
individual, é um Substitutivo aprovado por quase a unanimidade da Comissão Especial,
com Vereadores de todos os matizes ideológicos, como o Ver. Rafael Santos, que
é um liberal, como o Ver. Mano José, vereadores da esquerda, sim, vereadores do centro e de todos os
espectros. E este Substitutivo, no que ele difere do Projeto original?
Fundamentalmente nisto. E é ele que iremos votar, em primeiro lugar. Faculta,
sim, eu o Município até transacione uma área do seu patrimônio, mas uma área
que o próprio Plano Diretor autoriza ser transacionada. Seis hectares, não 16,
nas imediações do entorno do Sport Club Internacional. E chegou-se a dizer que
nós, maquiavelicamente, como também se fossemos uns loucos, uns vândalos contra
o esporte das multidões, queríamos entregar o Internacional. Disse-se isso,
quando basta examinar as plantas e verificar-se que, provavelmente, o
Internacional esteja, um pouco, expandindo os seus limites, mas isto é passível
de corrigenda, de adequação. O que é certo é que, naquela UTS 31, existem seis
quilômetros, fora dos arques, fora das áreas verdes, para que o Prefeito faça o
seu negócio imobiliário. Agora, fique esclarecido, Sr. Presidente ...
(Tumulto
no Plenário.)
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, povo de Porto Alegre, é interessante que se
queira agora usar o argumento das plantas da Cidade. Eu também duvido da
localização feita nos anexos. Duvido, sim, e de todas as plantas dessa área, de
todas elas eu duvido, a própria Procuradoria-Geral do Estado também informa – e
isto é objeto de um processo judicial, de um protesto – que a divergência entre
as áreas pertencentes ao Estado, ao município, ao DNOS, à União, é tamanha, e
como posse eu me louvar, por exemplo, naquelas plantas que estão ali no
processo que a Comissão Especial, a requerimento de sua quase totalidade de
integrantes requereu as plantas e em papel vegetal como exige qualquer projeto
arquitetônico e como exigem as normas da ABNT. Não existe a construção de uma
apartamento 3x4 que não exija a planta, em papel vegetal, autenticada,
merecedora de credibilidade. Aqui nós temos plantas xerocadas e não vamos nos
esquecer que esta própria Câmara, logo a seguir da questão com o Plano Diretor,
suscitou uma Comissão de inquérito onde foi presidente o Ver. Nilton Comin e
que ficou claramente estabelecida a balbúrdia com que essas plantas são
manipuladas. Existem plantas para o cidadão comum saber do território
municipal, existem plantas para os donos dos grupos imobiliários. Quais delas
são as autênticas? Quais delas merecem crédito?
Então,
sr. Presidente, nós vamos concluir, por enquanto, certos de que foi um trabalho
exaustivo o da Comissão Especial, por que, ao contrário do que o Prefeito diz,
esta Comissão apresentou uma alternativa que conta com o respaldo do Instituto
dos Arquitetos do Brasil, do Conselho Federal de Economia do Rio Grande do Sul,
de 54 entidades da sociedade civil. Claro, das que não fazem reunião-almoço,
“regabofes” muito bem servidos nas associações de classes dos chamados
dirigentes das classes produtoras.
Vou
concluir, Sr. Presidente, agora quanto ao mérito. Eu me indaguei e nos indagamos
todos, já que se diz que isso é um Projeto para civilizar esta província rude,.
Atrasada e cabocla como foi ainda ontem colocada pelo Líder do PDT. Eu me
indaguei se nos países civilizados acontece uma coisa dessas, nos ditos
civilizados. Eu perguntei se em Paris algum empresário amiguinho do Sr. Giscard
d'Estaing atreveu-se a colocar
um hotel de cinco estrelas dentro de um parque, ou um shopping center ou uma
escola de merchandaise? Verifiquei que não. Talvez nos países escandinavos, nos
belos parques de Oslo, lá ninguém se lembrou de colocar coisas privadas dentro
do patrimônio público. Buenos Aires, talvez, Montevidéu, aqui perto, não.
Ma
me aventurei a pensar quem sabe na pátria do capitalismo opulento? Nova Iorque,
o Central Park? 350 hectares de terra, de parques maravilhosos, nem na cadeia
Hilton, nem na cadeia Sheraton, nenhum dos plutocratas americanos,
norte-americanos se atreveu a fazer isso que o Prefeito dessa província se
anima a fazer. A ele, só nos resta encerrar com a palavra de um grande líder
que divergimos sim e fundamentalmente em muitos aspectos, mas que neste passo
está recoberto de razão: “ninguém entrega, ninguém passa ás mãos privadas,
impunemente, o patrimônio público”. Leonel de Moura Brizola. 8.8.88, na Rede
Bandeirantes de Televisão. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O próximo inscrito é o Ver.
Marcinho Medeiros. V. Exa. tem dez minutos.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, público aqui presente, senhores da imprensa, ao usar a tribuna, o
faço em defesa da Cidade, em defesa das poucas áreas de lazer que a Cidade de
Porto Alegre possui. não quero
contribuir com meu voto à privação dessas áreas da Cidade , a sua população.
Não quero contribuir, com meu voto, à
entrega desse patrimônio da Cidade para grupos econômicos, muitos talvez
nem sede tenham na Cidade, mas que venham para cá se instalar e explorar os
recursos naturais, os parques, as áreas que estariam à disposição da população
de Porto Alegre. Porto Alegre é hoje , ainda, uma população carente de áreas de
recreação pública, a onde a população sacrificada, menos privilegiada da Cidade
não pode sair dela, porque não tem recursos econômicos
O
Projeto Praia Guaíba afasta a população de seu rio, porque na medida em
que entrega para sanha do capitalismo,
um shoping center numa área onde a população poderia se distrair, eu pergunto
aos Senhores, onde está o socialismo moreno, que deve ser entre aspas e ao lado
colocado: capitalismo moreno do PDT. Porque vejam os Senhores...
(Palmas
e vaias ao mesmo tempo.)
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede vênia ao orador,
pede que desconte o seu tempo. A Mesa informa às pessoas que nos honram com
suas presenças, hoje, que a Mesa é incumbida por força de Lei a não permitir
manifestações. É um constrangimento para quem assim o faz, mas um dever. Peço
que os senhores compreendam o meu dever e o dever dos componentes da Mesa. Os
homens são uma circunstância, as leis são uma permanente. Obrigado aos
senhores.
Ver.
Marcinho Medeiros, o seu tempo vai ser descontado.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Pois vejam bem senhores, uma
administração que durante sua campanha para assumir o comando da Cidade pregou
uma doutrina dita socialista e realiza uma administração muito mais capitalista
do que as anteriores, que teriam até certo ponto razão para defender o
interesse capitalista em detrimento do interesse da coletividade da nossa
cidade. Estranhamos pois e achamos que por trás desta obra faraônica que se
quer implantar numa 5rea em que a cidade cometeu um erro no passado ao aterrar
o rio, numa 5rea em que a cidade não
tinha necessidade, porque tinha espaço necessário para poder planejar a
sua urbanização e não sacrificar o seu rio,que nem e rio, e um lago, porque
está localizado dentro de uma fossa tectônica, a mesma fossa que deu origem aos
morros de Porto Alegre. Pois bem senhores, Porto Alegre, no passado, cometeu um
erro ao aterrar o seu lago, tirar o manancial turístico, de recreação a sua
disposição, para entregar a grupos econômicos entre os quais a Maguefa, que
esta aí a criar problemas atualmente
para nossa administração e que faliu e que ninguém sabe onde estio seus
terrenos, quem paga seus impostos. Ate hoje nada ficou esclarecido. E nós vamos
cometer os mesmos erros novamente para poder entregar alguma coisa a grupos
econômicos, onde querem implantar um shoping center que é o suprasumo das
realizações do capitalismo, onde as pessoas são induzidas a consumir alguma
coisa. E isto é o que se faz numa administração dita socialista, que, de
socialismo, até agora, não realizou nada, a não ser aquelas tarefas normais de
uma administração publica, entre as quais, logicamente, a construção de
escolas.
Estranhamos,
Srs. Vereadores, que haja uma insistência muito grande para que esta Casa
aprove um Projeto em que a atual Administração não terá tempo para realizar este Projeto mas que compromete, para o
futuro, o patrimônio público de nossa Cidade, entregando este patrimônio
publico para a sanha da acho privada do sistema capitalista. Ficamos, neste momento, votando com
uma liderança com a qual nos não identificamos, que é a do ex-Governador Leonel
de Moura Brizola. Ficamos, neste momento, comprometidos com esta liderança e
não entregaremos o nosso patrimônio público para a ação de meia-dúzia, que, às
vezes, nem mora em Porto Alegre, mas que querem enriquecer às custas da cidade
de Porto Alegre. Não vamos permitir com o nosso voto que os nossos eleitores do
futuro venham nos cobrar: porque entregaste um espaço que era meu para os
outros que não moram na cidade.
Portanto,
como o Projeto deixa muito a desejar, as análises técnicas já foram realizadas,
nos ficamos com uma interpretação política da realização do Projeto. Não podemos abrir mão das áreas de lazer da
cidade. Porto Alegre é uma Cidade carente de áreas de lazer e,
conseqüentemente, terá que lutar para ampliar os seus espaços. Existe, ainda,
grandes espaços vazios na Cidade, até áreas para se construir shopping centers,
mas que pertencem a particulares. Por que o patrimônio Público deve ser
entregue sem necessidade? Nós, como Vereador, na humildade da suplência que
hoje ocupamos, ficamos ao lado daqueles que, modéstia à parte, contribuíram
para que nos, hoje, pudéssemos assumir esta tribuna. Não entregaremos uma área
de domínio público para a ação privada: Não entregaremos uma área que precisa
ser urbanizada e limpa, retirando até as figuras de papeleiros, pois, quer
queiramos ou não, somos um País subdesenvolvido, onde o domínio do capital e da
iniciativa privada desalojou grande parte da população brasileira e colocou
70%. no mínimo, de sua população numa posição de não consumidores: Um País que,
em 1985 possuía 136 milhões, sendo 36 milhões considerados não consumidores, e
quando falamos em não consumidores, nos referimos aquele que não tem condições de
comprar uma passagem para ir até o Atlântico e tomar um banhozinho de mar no
fim-de-semana: Pois grande parte desta população precisa do seu rio, e não é
colocando em cima dele um Shopping Center, uma marina ou um hotel de 5 estrelas
é que nós vamos devolver o rio à sua população: despoluir o rio é Projeto Rio
Guaíba. Poluído ou não ele serve à população de Porto Alegre e nos não podemos
privar a Cidade do seu rio e entregá-lo para que meia dúzia - muitos dos quais
não moram na Cidade - possam vir aqui explorar os moradores de Porto Alegre. E,
ao lado dos moradores da Cidade, ao lado da população de Porto Alegre, eu vou
dizer não ao Projeto Praia do Guaíba. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Werner Becker.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, senhores. funcionários da Casa, pessoas presentes, radiouvintes que
ouvem a transmissão destes trabalhos - acentuo esta circunstância de que os
trabalhos estão sendo transmitidos, para que não se diga que estamos
discutindo, aqui, a portas fechadas. Quem quiser ouvir, pode ouvir, quem quiser
entender, pode entender e quem quiser saber, pode perguntar, Ver. Flávio
Coulon. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, parece haver, ao menos, um ponto de
concordância, em relação a este Projeto, comum, total. A área objeto deste
Projeto deve ser urbanizada. Assim como esta não pode ficar. Me parece que,
sobre isto, não ouvi nenhuma discordância. O que e que existe, lá, atualmente?
Ocupações irregulares, de gente lá instalada, sem um mínimo dos requisitos da
condição humana. Na Vila Cai-Cai e no Dilúvio. Sem um mínimo de
infra-estrutura. O que mais existe lá? Um comércio agora incipiente,
anomalamente instalado, mas que tem que se implantar, se instalar lá. Comércio,
e não pequeno comércio. Já é um comércio que pega as características médias. O
que mais? Área pública de estacionamento, que vem sendo ocupada privadamente.
Que mal? Área de lazer extremamente mal equipada, por falta de recursos. O
Arroio Dilúvio, com seu cortejo de imundície, lixo e sujeira. E o resto, o
resto e deposito de lixo e, queiram ou não, é lixo, é mato. E mato. Só aqui em
Porto Alegre se confunde lixo, sujeira com ecologia; ecologia e uma coisa
séria, e não tem nada a ver com histerismo, não tem nada a ver com preconceito,
não tem nada a ver com superficialidade, e pretendeu-se abortar o projeto com a
apresentação de um substitutivo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pediria uma
atenção especifica com relação ao substitutivo apresentador: o Substitutivo
apresentado é uma peça de negligência, e uma peça de ignorância, e uma peça de
temeridade, e uma peça de
irresponsabilidade. Se querem eu repito, o Substitutivo apresentado é uma peça
de ignorância, de irresponsabilidade, de aventura aqui dentro desta Casa,
porque hoje não tem chute, hoje, ninguém vai chutar de fora da área.
Primeiro,se condenava o Projeto, porque mexia no Plano Diretor, e o
substitutivo mexe no Plano Diretor, ou não mexe? E bom frisar que o
apresentador do substitutivo ocupou a tribuna durante 20 minutos, e não disse
uma palavra sobre o Substitutivo, porque não conhece o Projeto, nem o
Substitutivo. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto afeta áreas que já
estão afetadas, e num parecer, e numa redação que me surpreende, porque
assinada por um bacharel, procurador, e que tanto fala na Procuradoria, põe um
artigo em que diz: “essas áreas não poderão ser desafetadas e nem alienadas”.
Será que ele não sabe? Evidente que não. Evidente que não precisa colocar na
Lei, evidente que só pode desafetar por lei. Evidente que só pode alienar por
lei, ou será que não sabem. Antes eu pensei que era não sei, estou-me
convencendo que é ignorância. As áreas que o Substitutivo pretende dispor não
têm nada que ver com o Projeto Praia do Guaíba e muitas delas nada com o Rio
Guaíba e nem Praia do Guaíba. Foram sorteadas a dedo no Mapa Diretor. A UTS 5 o
que é que tem que ver com a Praia do Guaíba? Nada. Chega de embuste. Ecologia,
ecologia, quanta bobagem se diz em teu nome.
Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, para nós, hoje, a irresponsabilidade, ela prevê
para a área territorial funcional 31, desde que caracterizada a sua área como
bem patrimonial ou seja desafetada, ela poderá ser alienada no todo ou em parte
e a UTF 31 é o Beira Rio ou não é, Ver. Caio Lustosa. Se propõe aqui,
irresponsavelmente para se trazer qualquer documentação aqui porque não se
queria chegar de mãos vazias que seja vendido em todo ou em parte o Estádio
Beira Rio. Sou gremista de décadas, mas a tanto não foi o meu anti-cobrado.
Ninguém responde, ninguém diz nada. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mas se
especula tanto com multinacionais, se especula com tantas paranóias, deixa eu
especular um pouco. Será que este Substitutivo depois da nossa venda dos
melhores jogadores para o Exterior, não esta ligado a algum empresário que quer
destruir o Internacional? Porque o campo querem levar pelo Substitutivo mas
esta Casa não vai ir pelo chute, não. Não vai aprovar esta bobagem. E até agora
não se respondeu nada sobre isto. No todo ou em parte da UTF 31. E não se venha
sofismar dizendo que os mapas não merecem fé e que são alterados. E por que o
Projeto se refere ao mapa, então? E por que o Projeto se refere à UTS31, que
está perfeitamente limitado? E desde que delimitado, nunca foi alterada. É
porque, não se tendo nada que dizer, tem que se dizer alguma coisa - e me
lembro de uma personagem de Bernard Shaw, que sabe que pensa pelos ouvidos
porque primeiro fala, e depois ouve o que disse, para começar a pensar. Penso
que a opinião pública - desculpem a minha indignação -, de Porto Alegre, não
merecia tanta mistificação, tanta superficialidade, tanta irresponsabilidade.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Sr. Vereador, em primeiro lugar, devo pedir desculpas,
porque, quando V. Exa. me citou no seu discurso, estava conversando com o .Dr.
Geraldo Gama, que o cumprimento, porque o considero um oásis dentro da
Administração Alceu Collares. Presto, aqui, a minha homenagem. Em segundo
lugar...
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. já disse que a Secretaria de Educação é um oásis, não sei o que, oásis. Que deserto rico e
florido este, que está cheio de oásis. Parece que não tem areia.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann cede o seu tempo a V. Exa. , Ver. Werner
Becker.
O Sr. Flávio Coulon: Em segundo lugar, Vereador,
ainda não tinha tido oportunidade de cumprimenta-lo publicamente, por ter
aderido ao PDT.
O SR. WERNER BECKER: Muito obrigado. V. Exa. , em segundo turno, vai aderir.
O Sr. Flávio Coulon: Espero que Deus me poupe esta
desgraça.
O SR. WERNER BECKER: Não, não vai poupar.
O Sr. Flávio Coulon: Em terceiro lugar, quero lhe
lembrar que o comércio que existe na Vila Cai-Cai surgiu, exatamente, na
Administração Collares. Em quarto lugar, devo lhe lembrar que essa vila, às
margens do Arroio Ipiranga, é conhecida como Vila Alceu. Em quinto lugar, quero
lhe dizer que, quando V.Exa. que é o maior estudiosos, que mais conhece este
Projeto ....
(Aparte
anti-regimental.)
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. é que o diz.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. se jactou aqui, num
brilhante aparte, há pouco, que é o que mais entende. E quero lembrar, já que
V. Exa. é o que mais entende, que a UTR 31 não é só o Beira-Rio. Vereador – só
para repor a verdade. Ela vai mais além do Beira-Rio, vai até a Vila Cai-Cai.
Talvez no seu mapa não tenha visto isto. Em sexto lugar, quero lhe fazer uma
pergunta, já que V. Exa. se dispõe a esclarecer.
O SR. WERNER BECKER: Só uma correção: não entendi, na área, UTR 31.
O Sr. Flávio Coulon: É que a sua planta não tem.
O SR. WERNER BECKER: Há uma correção, eu não encontrei na área UTR 31, encontrei foi a
UTF 31. V. Exa. está confundindo UTR com UTF, é totalmente diferente.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. falou em UTR e eu
estou usando a sua linguagem.
O SR. WERNER BECKER: Não é a minha linguagem,
é a linguagem o Plano Diretor. Falei em UTF.
O
Sr. Flávio Coulon: Então, a UTF 31, que V. Exa. se referiu aí, não é só o
Estádio Beira-Rio, ela vai mais além. Eu queria perguntar, já que V.Exa.
ofereceu-se a esclarecer as emendas, por que a sua Emenda, que propõe a
eliminação das áreas PPG 1 e 3 e PPG 1-4 não englobou a PPG 1-2, que é uma
parte do shopping, a parte antes do Arroio Dilúvio, e por que não incluiu a PPG
1-1, que é o hotel? Já que, segundo vi, a sua Emenda visava exatamente retirar
o shopping center daqui, porque não é necessário e vai ser construído um outro
ali, não precisa e a concorrência vai ser grande e o hotel, segundo foi dito
aqui que também seria retirado da emenda e que aqui na minha planta, é assinada
e faz parte do Projeto, o hotel aqui é PPG-1. então, saiu o hotel da sua
Emenda? Saiu o shopping da sua Emenda? Ou não saiu? Se saiu, por que na sua
linguagem cifrada aqui não foi incluído o PPG 1-2 referente à continuação do
shopping e o PPG 11 referente ao hotel?
O SR. WERNER BECKER: Eu pediria a V. Exa. que depois me cedesse tempo, porque meu
tempo é exíguo.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa tem doze Vereadores ou
treze que podem ceder-lhe tempo.
O SR. WERNER BECKER: Os doze têm o que falar e dizer.
O Sr. Flávio Coulon: Os doze abrem mão par ao seu
brilhantismo.
O SR. WERNER BECKER: Estão rindo, mas na Bancada do PMDB ninguém abre mão do
brilhantismo do ver. Flávio Coulon, porque ele foi expulso da Liderança do PMDB
por unanimidade.
O Sr. Flávio Coulon: E teria meu voto para ser expulso.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. Faz autocrítica de vez em
quando.
O Sr. Cleom Guatimozim: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, eu queria felicitar V. Exa. por
que está examinando o Projeto e não está dando aula de OSPB, dizendo o que é
capitalismo e o que não é capitalismo.
O SR. WERNER BECKER: Eu vou responder ao Ver. Flávio Coulon depois que sua assessoria
terminar o diálogo, porque senão depois ele afirma que não ouviu. Vereador, a
UTF 31 inclui o Estádio Beira-Rio na sua grande totalidade, concorda? E o
Substitutivo fala em todo, na parte ou em todo. Então, autoriza em todo inclui
o Beira-Rio. Matemática elementar, concorda?
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Se não é um raciocínio normal, eu até aceito, porque
eu não posso imaginar que alguém imagine que possamos vender o Beira-Rio ou que
desapropriemos o Beira-Rio. Só uma mente muito inteligente para imaginar isso.
O SR. WERNER BECKER: Está escrito aqui, ou será que V. Exa. não sabe ler? É pra
mostrar a irresponsabilidade com que foi feito.
O
Sr. Flávio Coulon: Não, está interpretado assim por V. Exa.
O SR. WERNER BECKER: Está escrito. Quer ver de novo ou será que não sei ler?
O Sr. Clóvis Brum: Vereador, eu gostaria, até
apelaria a V. Exa., pois sei que é um estudioso do assunto, que esclarecesse as
emendas que suprimem op PPG 1.3 e o PPG 1.4, em relação à Mensagem
Retificativa, porque eu também, com a colocação do Ver. Flávio Coulon, fiquei
na dúvida, porque sabemos que existe o mapa o Projeto anterior e o mapa
constante da Mensagem Retificativa. Gostaria que V. Exa. localizasse, para o
Plenário, em relação à Mensagem Retificativa, as áreas constantes do PPG 1.3 e
do PPG 1.4, para que possa ser definida a questão o shopping center e do hotel.
Sou grato a V. Exa.
O SR. WERNER BECKER: Se a Mesa permite, vou sair da tribuna.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão de
Orem):
Eu pergunto se não poderia o Ver. Flávio Coulon subir à tribuna ao invés do
Ver. Werner Becker descer.
O SR. WERNER BECKER: Eu louvo, fundamentalmente, o Ver. Flávio Coulon, porque ao menos
está querendo aprender, tem outros que nem isso querem.
(Apartes
anti-regimentais nas galerias.)
O SR. PRESIDENTE: Mais uma vez interfiro. A
Mesa, ontem, teve extremo cuidado e repetiu que teria que se ter cuidado com as
pessoas. Não foi só a Mesa, foram todos os Senhores Vereadores, porém, a Mesa
já chamou duas vezes para que colaborassem com a Mesa,. Agora o faz pela
terceira vez, certo de que a consciência democrática deve dominar os trabalhos.
Só é possível respeitar as pessoas se elas próprias se derem o respeito.
Com
a palavra, o Ver. Werner Becker e que se desconte o tempo em que a Mesa o interrompeu.
O SR. WERNER BECKER: Ver. Flávio Coulon, a primeira objeção fundamental é de que ele
privatiza uma grande área. Ao invés de negar o Projeto, pura e simplesmente,
por definição, eu achei melhor propor algumas alternativas desde o começo,
assim como várias outras pessoas e várias entidades. Então, na |Mensagem
Retificativa já o Sr. Prefeito reduzia a área a ser construída a 22%, mas achei
ainda grande e que se poderia dentro do Projeto se procurar áreas para reduzir
mais a privatização, entendi, então ....
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jaques Machado se
inscreve e cede seu tempo a V. Exa.
O SR. WERNER BECKER: Entendi, então, que a PP
1.3 e a PP 1.4 seriam as mais dispensadas. E com a sua redução se conseguiria
uma redução de mais de 18%, dando um total de 37%. Então, V. Exa. que disse que
impugnava a princípio as emendas, porque imaginava que elas fosse contrárias ao
interesse público, quero esclarecer que elas objetivam reduzir a área
privatizada. A opção PPC 1.3 e l.4, é~ porque dentro da estrutura do projeto me
pareceu o local mais razoável. Discuti a proposta com o Sr. Prefeito, mandou
estudar e aquiesceu. Quanto à área do shopping, V. Exa, sabe, pelos anexos, que
não está, como no Projeto anterior, referido expressamente que seja um shopping
center, podemos construir ali um edifício residencial, podemos dar uma outra
destinação. Mas, V.Exa. há de convir que com estas dimensões ficam num local
absolutamente inconveniente e impróprio a construção de um scopping center. Não
seria razoável fazer um artigo na lei: fica proibida a construção de um
shopping center? Mesmo porque devemos discutir a conceito de shopping center,
que não tem na normatividade do Direito brasileiro.
O
Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador) Em resumo,
não sai o shopping center, porque através de uma emenda de V. Exa. a área a ser
construída ficou reduzida a um pouco mais da metade. Este tremendo bloco de
concreto que ia ser feito para um shopping center, 60% permanece,
inviabilizando o shopping, mas permanece uma construção potente no PPG 1.2.
O SR. WERNER BECKER: Nesta área, com taxa de
ocupação de 40%, V.Exa. não faz uma ocupação.
O Sr. Flávio Coulon: Mas permanece uma área
construída aqui?
O SR. WERNER BECKER: Sim. Quanto ao hotel, a grande urgência não como nem porque, é
que seria construído um hotel de 5 estrelas, internacional, naquele local.
Primeiro, eu não vejo grandes problemas, porque eu vi hotéis maiores que esse,
num Pais socialista, em Havana.
O Sr.Flávio Coulon: Isso no tempo em que V.Exa.
era socialista, que ia a Cuba.
O SR. WERNER BECKER: Vereador, respeite, porque eu
sei quando batiam, quando prendiam, respeite porque eu estava na Justiça
Militar, enquanto V. Exa. estava puxando o saco da Reitoria. V. Exa. estava
bajulando o autoritarismo, respeite o passado que não é só meu, mas que me
orgulha muito. Porque se amanhã voltar o autoritarismo, eu estarei na DOPS, na
Justiça Militar, e V. Exa. estará bajulando o primeiro Reitor Militar que
aparecer. O passado de V. Exa, na livre docência, é conhecido . Aliado em todos
os sistemas, até do socialismo, se vier.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu não sei o que V. Exa. quer dizer com seu
palavreado, mas o que eu quero dizer é que V. Exa. defendeu muito bem, durante
o tempo da ditadura, uma série de clientes e cobrou. V. Exa. cobrou os seus
honorários.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. queria que eu vivesse de que? Preferi cobrar de alguns,
mas muito poucos, do que bajular. Preferi viver do meu dinheiro do que da minha
saliva, como fez V. Exa.
O Sr. Flávio Coulon: Eu gostaria que V. Exa.
apresentasse fatos e não meras palavras jogadas ao vento.
O
SR. WERNER BECKER: Isso é
público, notório, que todo mundo conhece. Onde estava V. Exa. naquele tempo em
que prendiam estudantes? Agora é que está fácil, cadeinha de meia hora, á
televisão.
Mas,
voltemos ao hotel, eu continuo socialista e não outorgo a V. Exa. nenhuma
procuração para dizer o que é socialismo. Que hotel 5 estrelas vai ser
construído? V. Exa. sabe a taxa de ocupação daquela área.
O Sr. Flávio Coulon: O que ouvi aqui é que o
shopping center não seria mais construído, através de sua Emenda, e o hotel de
5 estrelas também não.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. sabe a taxa de ocupação daquela área? Está aqui, se
tivesse estudado o Projeto saberia. Esta em 40%.
O Sr.. Flávio Coulon: Número não significa nada.
Significa que V. Exa. tem boa memória.
O SR. WERNER BECKER: Quarenta por cento
proporcional não significa nada? Mas só nos três pavimentos, nos pavimentos
posteriores, sabe qual a taxa de ocupação?Doze por cento. Será que vamos fazer
um mini hotel de 5 estrelas na praia do Guaíba, transformando isto aqui no
Taiti. Será que nossos atrativos naturais são tão grandes?
O Sr. Flávio Coulon: Então não é mais comerciável
o empreendimento e mudamos a destinação?
O SR. WERNER BECKER: Ele nunca foi comerciável,
foi financeiro. Saio duas coisas diferentes. Os recursos seriam obtidos da
alienação. Ver. Flávio Coulon, não subestime a inteligência dessas pessoas, só
por que estão sem gravata, só por que uns são pobres e outros negros. Não são
bobos. Vêem que V. Exa. esta sofismando e não diz nada de conteúdo. Não se
mudou. Sempre se disse que o investimento seria exeqüível, através da obtenção
de recursos de algumas áreas. Quatorze por cento do total. Não tem nada que com
comercial. Não misture sorvete de creme com soviético do Kremlim. Não faça
confusão. V. Exa. com tanta preocupação privativista. Vou ler um trecho da
exposição do Substitutivo que V. Exa. escreveu, uma beleza de matéria de
socialismo. Ela diz no trecho o seguinte: “Entregues à Administração Pública,
pelo que conhecemos da Administração pública estatal, não terão condições de
prosperar”. Uma beleza de aula de privatização, ao modo do Dr. Simonsem e do
Dr. Delfin.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Ver. Werner Becker, o tempo
de V. Exa. se esgotou. Antes do Ver. Paulo Satte, que está inscrito, estão,
também, inscritos o Ver. Elói Guimarães, Rafael Santos, Clóvis Brum, Nereu
D’Ávila, que, se consentirem, V. Exa. continuará na tribuna no tempo do Ver.
Paulo Satte. (Pausa.) Não havendo objeção, V. Exa. continua na tribuna por mais
dez minutos.
O SR. WERNER BECKER: Quero falar um pouco sobre o Fundo Básico de Saneamento que, até
agora, mingúem falou. Talvez eu entenda porquê. Porque esta questão de Vilas
populares, esta questão de atendimento das condições básicas talvez não seja
questão nenhuma fundamental, nem de preocupação imediata para setores, entre
aspas, ecológicos. Alguns sobrenomes conhecidos da direção do Movimento
Ecológico certamente não têm compromisso maior com o problema das vilas
populares. Por isso, é muito mais importante uma pseudopreocupação estética,
que lhes leva, inclusive, ao histerismo de ameaçar quebrar os vidros da Câmara,
do que se preocupar, fundamentalmente, com as vilas populares da Cidade. As
vilas têm necessidades prementes e inadiáveis.
O Sr. Nereu D’Ávila: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V.Exa. esta
tocando no ponto mais importante, em relação ao Projeto...
O SR.WERNER BECKER: Para V. Exa., não para alguns outros.
O
Sr. Nereu D’Ávila: E de pasmar a cegueira do fanatismo de algumas pessoas que
agora não mais raciocinam, estão obcecadas em derrotar o Projeto, o que e mais
uma posição ideológica do que racional em relação aos interesses de Porto
Alegre. Mas, exatamente, este é o ponto mais importante de que quando se diz
que o Projeto é elitista se quer, inclusive, obscurecer este ponto
importantíssimo, nodal, central, de que 25% serão aplicados em saneamento
básico das vilas. Quando se discutiu aqui aqueles 500 milhões para as vilas, e
que alguns Vereadores - ai sim, racionalmente, ponderadamente - só queriam
saber onde seriam aplicados - o que é um direito dos Vereadores - agora esses
25% serão aplicados, exatamente, naquilo em que há mais carência em Porto
Alegre. Hoje, pela manhã, foi citado num programa importante no rádio que Porto
Alegre, lamentavelmente, é a Capital que detém o maior número de vilas
populares no Brasil. E quando um projeto quer retirar – já que não há outra
alternativa – do que será arrecadado neste Projeto, 25% para aplicar nas vilas
populares, este ponto foi obscurecido. Portanto, quando V. Exa. vai dissertar
justamente neste ponto, eu lhe dou o apoio necessário para dizer que, talez,
estejamos diante daquilo que é a parte social do Projeto e que não poderia
ficar abandonada, e que, para demonstrar que o Projeto está englobado em cima
daquilo quer todos os proto-alegrense querem e que estes setores não podem, não
ser que venham a lume, dizer que não querem que se aplique no saneamento das
vilas de Porto Alegre.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. foi extremamente feliz,ao enfatizar esta questão fulcral
do Projeto, e que e negada, não sei se por má fé ou ignorância. Mas quero relembrar
aos senhores aqui presentes que as mesmas pessoas que estão ausentes destas
preocupações comas vilas eu só vi preocupadas com o regime urbanístico da
Chácara das Pedras e das Três Figueiras. Foi lá que foram fazer comícios
socialistas. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e da alienação de 14% desta área
de 98 hectares que se retirarão recursos para os atendimentos imediatos desta
população - esgoto, água, etc. E eu pergunto, tirar de onde isto? Gravando a
população com mais impostos? A população que não suporta mais a política
fiscal, ou então contraindo empréstimos a juros escabrosos, na base da operação
63? De onde, me digam cáusticos do Projeto, de onde tirar recursos para o
atendimento das vilas populares? E mais ainda: evidentemente que isto não e em
causa própria, pessoal e política,do Prefeito Alceu Collares porque, ate o fim
do ano, ele esta abandonando o Governo Municipal. E o Projeto esta aí e nenhuma
licitação será certamente efetivada antes dele. Talvez isto aconteça de Porto
Alegre não tiver a felicidade de prosseguir na administração pedessista - e eu
faço um repto: Alô, alô, Sr. Antônio Brito, alô, alô, Sr. Olívio Dutra,
comprometam - se a extinguir o fundo de saneamento: É muito fácil fazer como o
quero-quero: pousar num ninho e cantar no outro. Eu não vi nenhuma objeção
deles.
O Sr. Nilton Comin: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, V.Exa., nesta manhã, esta
demonstrando à Casa os conhecimentos sobre uma série de matérias, não necessita
do expediente em reptar Antonio Brito, pois a inteligência de V. Exa. esta
acima de um jogo rasteiro, evidente que o saneamento básico é fundamental à
cidade de Porto Alegre. E vou dar alguns dados a V. Exa., pois vou falar em
saneamento básico.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. pode falar em
saneamento básico em outro momento.
O Sr. Nilton Comin: Então, o repto de V.Exa. é
jogo rasteiro. Antônio Brito, se eleito Prefeito desta Cidade, ou qualquer
outro cidadão, vai usar os recursos para o saneamento básico que a Cidade
dispuser.
O SR. WERNER BECKER: Da onde?
O Sr. Nilton Comin: Se até agora o Prefeito
Collares não obteve recursos para aplicá-lo, pergunto o que ele fez em
saneamento básico?
O SR. WERNER BECKER: Ele esta projetando um fundo
para obter esses recursos.
O Sr. Nilton Comin: No momento em que o montante
deste fundo for apreciável, qualquer Prefeito de Porto Alegre vai aplicar em
água, esgoto cloacal, pluvial e lixo.
O SR. WERNER BECKER: Então, viva o fundo do
Projeto e viva o Projeto. V. Exa. fez uma brilhante defesa do Projeto.
O Sr. Nilton Comin: Não foi isso que eu disse. V.
Exa. não precisa usar o máximo da sua inteligência para distorcer o que eu
disse; disse que não precisa reptar Antônio Brito.
O SR. WERNER BECKER: Eu pergunto se V.Exa. e a
favor do Fundo?
O Sr. Nilton Comin: A favor do Fundo, e contra o
Projeto.
O SR. WERNER BECKER: Como e que V. Exa. pretende
arrumar fundos para o Fundo?
O Sr. Nilton Comin: Ora, fundos para o Fundo é
uma redundância.
O SR. WERNER BECKER: Pois bem, como e que V. Exa.
pretende arranjar grana para o Fundo?
O Sr. Nílton Comin: Se Porto Alegre, até hoje,
teve poucos recursos para aplicar, sabe V. Exa. que e o DMAE que controla o
esgoto cloacal desta Cidade, e como? Vendendo a água, e com os recursos da água
que ele aplica em esgoto cloacal, e Porto Alegre tem cobertura de 43% em esgoto
cloacal, e entre as cidades brasileiras, e a que possui o melhor Índice em
esgoto. Não precisa reptar Antônio Brito.
O SR. WERNER BECKER: Eu retiro Antônio Brito,
porque V.Exa. não tem muito tempo para o comício. Sei que V. Exa. é fiel ao
Antônio Brito, eu tenho certeza que vai fazer a campanha dele. Todo mundo sabe.
Vamos passar ao Projeto.
O SR.PRESIDENTE: Ver. Werner Becker, esta inscrito, também, para ceder tempo a
V.Exa., o Ver. Valdir Fraga, se concordarem os Vereadores Elói Guimarães,
Rafael Santos, Nereu D’Ávila, Clóvis Brum, que são Vereadores que estão
inscritos anteriormente. Não havendo objeção, V. Exa. continua.
O Sr. Cleom Guatimozim: Vereador, apenas para dizer
que qualquer projeto aprovado por esta Casa, mesmo que a filosofia do Prefeito
eleito seja contraria, ele tem que ter apoio legislativo para mudar a lei, não
é como estão dizendo aqui da tribuna.
O Sr. Flávio Coulon: Para ajudar o Ver. Nilton
Comin, quando V. Exa. solicita onde é que nós vamos buscar recursos para o
saneamento, eu vou dizer que uma coisa nos vamos fazer. Nós vamos seguir, sem
dúvida nenhuma, a máxima de um momento inspirativo, brilhante, do ex-Governador
Leonel Brizola: “ninguém passa às mãos privadas, impunemente, patrimônio
público”. Ou seja, nos não vamos vender patrimônio público para fazer
saneamento em Porto Alegre, seguindo a lição de Leonel Brizola.
O SR. WERNER BECKER: Não assino embaixo, porque o PMDB não paga a conta.
O Sr. Flávio Coulon: Não assina em baixo do grande Líder? Não acredito.
O SR. WERNER BECKER: Não assino a promessa de não vender patrimônio privado. Não
assino porque o PMDB assina e não paga a conta. O PMDB tem uma conta com a
Nação brasileira, com o Estado que esta cheio de promissórias e medidas e não
paga. Que ninguém mais acredita em promessa do PMDB e nem nesta. Não assine. V.
Exa. é um homem honrado vai ter que pagar este aval.
O Sr. F1ávio Coulon: Vereador, mas quem é V. Exa.
para me refutar que eu não posso assinar quando a própria Bancada de V. Exa.
não honra o compromisso do grande líder Leonel Brizola que vai aprovar este
Projeto alienando área pública? Em relação ao PMDB, é um exercício de
futurologia, mas em relação ao PDT é o presente: estão traindo a palavra do
Governador Leonel Brizola.
O SR.WERNER BECKER: V. Exa. não conhece o Projeto
Praiado Guaíba, quer discutir a sucessão presidencial.
O Sr. Flávio Coulon: Conheço, Vereador, tanto que
peguei na sua Emenda duas inverdades, que tinha tirado o shopping e que tinha
tirado o hotel, quando todo mundo ficou sabendo que não e bem assim.
O SR.WERNER BECKER: Onde não tinha sido retirado?
Faço um desafio a V. Exa.
O Sr. Flávio Coulon: Foi inviabilizado segundo V. Exa., um shopping, porque, ao invés
de construir 100%, V. Exa. reduziu para 60% e V. Exa. disse aí que 40 mil m2 no Hotel
não viabiliza o hotel e eu garanto que 40 mil m2 onde V. Exa.
deixou aqui no PPG1 viabiliza o hotel. Se V. Exa. quiser me dar de presente eu
até sou capaz de pensar em bancar este empreendimento.
O SR. WERNER BECKER: Então V. Exa. quer bancar o empreendimento? Bom, o povo de Porto
Alegre não tem, mas V. Exa.vai bancar o empreendimento. Em outro tempo V. Exa.
criticava as outras atividades, talvez tivesse mais proveito para V. Exa., para
a Cidade.
O Sr. Flávio Coulon: 40 mil m2 não
viabiliza um hotel?
O SR. WERNER BECKER: Com esta taxa de ocupação não. V. Exa. sabe a taxa de ocupação ou
já esqueceu? Não tumultue, tumultue lá na chaminé, ponha a faixa, tire fotografias,
mas não tumultue meu discurso.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, primeiro chamo a atenção que foram procurar uma
citação do Governador Leonel Brizola e não de nenhum líder do PMDB e nem do
PSDB, não é porque este merece mais credito, mas essa citação é outro chute!
Esta citação foi distorcida, foi colocada num outro trecho, ele se referiu
especificamente as estatais e se omitiu aqui maldosamente, como se confundiu
maldosamente. Tragam aqui a citação, tragam o trecho onde ela se contém e vejam
perfeitamente que não tem nada a ver uma coisa com a outra, nem tem nada que
ver a anágua com a calça, não tem nada que ver a alienação de uma parte ínfima
do patrimônio imobiliário para financiar vilas populares com a alienação de
patrimônio das estatais. Sejam honestos: já que os seus repertórios não
encontram citações, já que não encontram lições acreditáveis, não venham
distorcer a dos outros repertórios. Está se chutando muito aqui. Está se
falando em discursos genéricos ou se fixando aqui e ali como se eu tivesse aqui
para ser submetido a um teste, Projeto Praia do Guaíba. Mas, para surpresa de
V. Exa. , estou disposto, pode perguntar, e não digam que inviabilizar não quer
dizer retirar. Ver. Aranha Filho, é possível construir o inviável?
O Sr. Aranha Filho: Pode.
O SR. WERNER BECKER: A pergunta ao engenheiro, ao filósofo: é possível construir o
inviável? “É”.O MDB fez isto, construindo, durante todo este tempo, esperanças
que estão se mostrando absolutamente inviáveis. É fato único, original na História,
mas que não se repete, com freqüência. Gostaria de ouvir, antes de voltar à
tribuna, a opinião, aqui da tribuna, que veementes opositores ao Projeto, que
se hoje se mostram tão silentes, tão calmos, e gostaria de ouvir, por exemplo,
a defesa do Substitutivo. Gostaria de ouvir, por exemplo, desmentido que a
média das áreas a serem edificadas, que a média da volumetria não e menor que a
normal da cidade. Gostaria de ver desmentido que a taxa de ocupação 40% é menor
do que várias e várias áreas da cidade. Gostaria de ver desmentida a afirmativa
que se faz de que antes de trabalhar esta orla do Guaíba, este litoral é hoje,
sim, pelas suas pirambelas, uma ameaça. Gostaria de ver informado de onde se
pretende tirar recursos. Gostaria que alguém me apresentasse a exeqüibilidade
da construção de um hotel 5 estrelas nesta área. Gostaria que alguém me
mostrasse a exeqüibilidade da construção de um shopping center nesta área.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Com a área que V. Exa. deixou, onde se pretendia
fazer um shopping center, informo a V. Exa.que dá para fazer não um shopping
center, mas dá para fazer um centro comercial idêntico ao da Azenha. Só para
esclarecimento.
O SR. WERNER BECKER: Ajudo V.Exa. Não igual ao da
Azenha, mas 1,5 maior do que o da Azenha . Vê que não estou omitindo nenhum
dado. Mas é absolutamente inexeqüível comercialmente . Veja V.Exa., o shopping
center vive do comércio, do mercado, e mercadológico. V.Exa. sabe disso.
O Sr. Flávio Coulon: Vamos deixar de fazer jogo de
palavras, Vereador. Esse shopping center aí é inviável porque vai ser
construído outro shopping center no terreno da Maguefa. E o que V. Exa. está
segurando para a iniciativa privada é 60% do antigo shopping center em área
construída , ou com edifícios de apartamentos, ou com o que bem entender a
iniciativa privada . É isso que V. Exa. está fazendo.
O SR. WERNER BECKER: Não estou assegurando à iniciativa privada.
O
Sr. Flávio Coulon V. Exa. está assegurando que seja construído onde ia ser
construído um shopping venter , 60% da área construída de um shopping center
que agora se tornou inviável. Só isso. E tem que ficar claro isso, Vereador.
O SR. WERNER BECKER: Essa é braba. Primeiro o Projeto era condenado porque viabilizava
o shopping center ; agora esta se dizendo que as Emendas são condenadas porque
inviabiliza o shopping center. Vamos ter seriedade, não é?
O Sr. Marcinho Medeiros: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em princípio, da forma como está, sou totalmente
contrário ao Projeto Praia do Guaíba. A proposta apresentada por V. Exa. reduz
as áreas, mas não as extingue, que fique bem claro. Acho que Porto Alegre teria
outras formas de ocupação de um espaço que construiu em cima de um rio para
poder transformá-las em área de lazer , em vez de entregá-las à iniciativa
privada. Acho que o Sr. Alceu Collares deveria tirar a Vila Alceu de cima do
parque. Acho que a Brigada Militar, em vez de ser usada para espancar
ecologistas e manifestantes da Cidade, deveria ser usada para proteger a
população da Cidade nas suas áreas de criação de lazer.
O SR. WERNER BECKER: Proponha ao Governador Pedro Simon, isso.
O Sr. Marcinho Medeiros: Justamente. Se a Brigada foi
lá, provavelmente porque o Prefeito pediu. Aliás, entre a atuação da
Administração Municipal e a atuação do Governo do Estado não há diferença.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. quer o Projeto Praia do Guaíba ou V. Ex. está fazendo
ufanismo?
O
Sr. Marcinho Medeiros: faço uma pergunta: quem contestaria de acordo com uma
série de consideração. Estou contestando a minha forma de interpretar. Estou
respondendo. Agora, quando respondo, BV. Exa. não aceira a resposta. Muito
obrigado, então.
O SR. WERNER BECKER: V. Exa. tiraria fundos de onde para a infra-estrutura lá do
Sarandi?
O Sr. Marcinho Medeiros: V.Exa. permite (Assentimento
do orador.) Veja bem, acho que as administrações anteriores ao Sr. Alceu
Collares trabalharam muito mais em favor das vilas, pavimentaram ruas,
colocaram esgotos e águas nas vilas e não buscou o sacrifício de áreas públicas
da nossa Cidade, não entregaram o patrimônio público para áreas privadas. Foram
realizadas obras como a Vila Nova Brasília é um exemplo, a Santa Rosa, a Vila
Ramos é outro exemplo.
O SR. WERNER BECKER: Que V. Exa. e velho apologista
do Governo Villela, do Governo João Dib, todo o mundo sabe. V.Exa. era
Arenista!
O Sr. Marcinho Medeiros: Foram melhores do que o atual
Governo.
O SR. WERNER BECKER: Está bem, tem gosto para
tudo. Vou encerrar, por enquanto, e se me for proporcionado voltar à tribuna
espero voltar, porque se alguma questão mais precisar ser debatida tenho a
certeza de que como apoio de meus colegas de Bancada esclareceremos tudo o que
foi obscurecido, o que foi enevoado pelo histerismo de alguns e pela má-fé de
outros. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado da
Rocha): A
palavra com o Ver. Elói Guimarães. S. Exa. faz transposição com o Ver. Clóvis
Brum, que está com a palavra por dez minutos.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, por ocasião a votação do
primeiro Projeto, que, na verdade, era o centro deste Projeto Praia do Guaíba,
ou seja, era o centro do elenco de obras do Projeto, isto é, a pavimentação da
Av. beira-Rio, por ocasião da votação desse Projeto, nós conseguimos apresentar
uma Emenda que foi subscrita por vários vereadores da Casa e, com a
participação de vários Vereadores, alterando a destinação parcial daqueles
recursos que seria operados com a Petrobrás, o valor do recurso era de 250
milhões e a sua destinação original, proposta pelo Prefeito era de 220 milhões,
rara implementação da Avenida Beira Rio e 30 milhões para as obras do
Porto Seco. Nós apresentamos uma
Emenda retirando os 30 milhões das obras dos milhões Porto Seco, retiramos dos
250 milhões os 30 milhões do Porto Seco e 20 milhões da Avenida Beira Rio, num
total de 50 milhões e injetamos - proposta aqui na Casa, proposta nossa - para
calçamento de ruas em bairros populares, o Prefeito vetou, a população veio
para cá e a Câmara derrubou o Veto e hoje esta sendo realizada a Avenida Beira
Rio, mas também já está sendo licitada as obras para calçamento de nada menos
que 5 ruas no Bairro Bom Jesus e outras tantas no Bairro Partenon e na área
próxima à Restinga. Não foi a melhor iniciativa nem o melhor Projeto, talvez
nem o Projeto mais ideológico, mas foi uma coisa Valp~vel porque veio na
representação das vilas para esta Casa. O meu voto é do bairro popular e com
ele tenho compromisso, sim. Sr.Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto
contempla, a mensagem retificativa melhorou em muito o Projeto, diminuiu muitas
áreas, as áreas foram diminuídas de 18 para 16 hectares, as áreas alienáveis
num total de 98 hectares.
O
Ver. Werner Becker apresenta, também, uma boa proposta diminuindo de 16 há.
Vinte e um era o Projeto original, a Mensagem reduziu a 16, a proposta do
Ver.Werner Becker diminui para 14ha, ou seja, aliena cerca de 15%.
Quero transmitir ao Ver.Werner Becker que
apresentei 2 emendas, a primeira altera o Parágrafo 19 do Art. 29, elevando e
dando nova redação, elevando os percentuais destinados as vilas populares. Pela
proposta da Mensagem Retificativa era 25% dos valores das obras realizadas nas
áreas alienadas, seriam para as vilas populares, dei nova redação ao parágrafo
19, acrescentando: bairros e vilas populares, a importância de 35%. Apresentei,
também, Ver. Werner Becker, comunico a V.Exa. porque e autor de 2 emendas que
alteram o PPG 1.3 e o PPG 1.4. Eu suprimo do projeto definitivamente a área
destinada a hotel. Se V. Exa inviabilizava a construção do hotel face às áreas
de ocupação, eu inviabilizo totalmente a construção de qualquer obra naquela
área. Suprimo do Projeto a área constante do PPG 1.l, ou seja, a área que
anteriormente estava destinada a hotel fica definitivamente suprimida. Sei que
a liderança do PFL nesta Casa me acena, era uma questão de honra para a bancada
do PFL a supressão do hotel. O Ver. Werner Becker tentou, com inteligência,
alterar os índices de ocupação, mas, a minha emenda, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores suprime totalmente qualquer área, qualquer edificação nesta área, na
área constituída no mapa como PPG 1.l.
Está,
Ver. Frederico Barbosa, definitivamente varrido do projeto qualquer edificação
nesta área do PPG 1.l. o shopping está nas duas emendas do Ver. Werner
Becker: PPG3 e PPG4. De sorte que Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que
acredito que com a emenda que eleva de 25 para 35% os recursos para obras de
infra-estrutura nos bairros e vilas populares com a supressão de qualquer tipo
de construção, Ver. Raul Casa, na área do PPG1.l, dei a minha contribuição para
aperfeiçoar esse projeto. A mensagem retificativa que veio para Casa também foi
fruto de pressões populares, porque o projeto original, efetivamente, alienava
22% da área dos 98 hectares.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um
aparte?(Assentimento do orador.) Aqui todo mundo sabe que V. Exa. é de uma
inteligência excepcional que se chega a confundir com genialidade. E com esses
atributos que a natureza lhe deu, V. Exa. consegue, após conversar comigo, e eu
expor a V. Exa. as motivações da emenda, V. Exa. consegue formular e apresentar
duas emendas de relevância e aprofundamento. Eu não tenho a inteligência e a
rapidez de raciocínio de V. Exa., para poder lhe dar uma resposta imediata. V.
Exa. vai permitir que se pense mais demoradamente. Não se muda uni percentual
dum fundo de 25 para 35 ou se baixa para 30 sem um estudo aprofundado ou então,
sem a instrumentação de uma inteligência do porte de V. Exa. Quero pensar.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre Ver. Werner Becker, a coisa mais fácil e linda que tem é
aprender com V. Exa., porque V. Exa. é um exímio professor. Dois minutos que
conversamos, V. Exa. me mostrou os pontos vulneráveis do Projeto. V.Exa. passara
por esta Casa, nobre Vereador, como Grande Mestre dos mestres.
Sr. Presidente, o Ver. Luiz Braz que estava
presidindo os trabalhos, havia cedido o seu tempo.
O SR. PRESIDENTE (Lauro
Hagemann):
V. Exa. passa a falar no tempo do Ver. Luiz Braz, sem prejuízo das inscriçoes
anteriores.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sou grato à Mesa. Mas não precisava tanta inteligência, para se
apanhar o que foi dito na televisão, no jornal, no rádio, em São Paulo, quando
o já tentava vender o Projeto Praia do Guaíba. O que dizia o Prefeito? Nós
vamos tirar dinheiro do Projeto Praia do Guaíba, para levar para os bairros e
para as vilas. Mas, Ver. Werner Becker, o primeiro Projeto, o elenco das obras
do Projeto Praia do Guaíba,que é a Av. Beira Rio, não retirava nenhum recurso,
não destinava nada para as vilas e para os bairros. Foi da nossa iniciativa a
Emenda que destinou os 50 milhões, que retirou da Av. Beira Rio, e destinou
para os bairros.
O
Sr. Werner Becker: V.Exa. permite um aparte? (Assentimento do 0rador.) Não
gostaria de falar a meu respeito, mas como eu fui autor do Substitutivo,
naquele tempo, eu quero esclarecer a V. Exa. que quem tirou a verba do Porto
Seco foi o meu Substitutivo. V. Exa., com Emendas, apenas repartiu.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre Vereador, eu tenho uma
Emenda que foi subscrita por vários Vereadores, tem uma Redação, destina o
seguinte: 200 milhões de cruzados para a implementação das obras e 50 milhões
para calçamento nos bairros e vilas populares, das seguintes ruas: ainda
especificamos as ruas. Destinamos 200 para Avenidas e 50 para calçamento de
ruas.
O Sr. Werner Becker: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, a minha preocupação é que V. Exa. pode se
enganar, V.Exa. não está habituado ao chute que nós andamos vendo por ali.
Então, eu só quero fazer esta precisão histórica do Substitutivo para que não
confundam V.Exas. com aqueles que estão chutando e falando sobre coisas que não
entendem nada.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sou grato a V. Exa. V. Exa.
sabe que a gente está aqui há 10 anos como Vereador, já deu para aprender
alguma coisa. E o povo esta sempre me reconduzindo. Dez anos e um apreciável
tempo de Vereador.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu quero dizer que bairros e vilas de Porto
Alegre não têm área verde, não têm calçamento, não têm iluminação pública, não
têm segurança, realmente, é necessário injetar recursos nestas áreas. O Fundo
de Desenvolvimento Urbano foi uma bela criação do Prefeito Alceu Collares. Sou
do PMDB, mas não estou na critica pela crítica, acho que o Fundo de Desenvolvimento
Urbano foi um bom Projeto. Esta Casa é que, pegada de surpresa, não soube fazer
uma melhor destinação aos recursos do Fundo. E, ai, eu volto insistir, também
emendei a destinação, e coloquei a disposição dasVilas populares com a
aprovação dos meus companheiros Vereadores, mais de cem milhões de Cruzados do
Fundo de Desenvolvimento Urbano. A Casa poderia ter feito melhor
aproveitamento, O Projeto veio numa convocação extraordinária, na calada da
noite, mas, mesmo assim, nos alteramos a destinação parcial destes recursos e
jogamos para as Vilas pobres de Porto Alegre cem milhões de Cruzados.
Ora,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, onde tiver meios, onde tiver recursos para
viabilizar, para melhorar as condições de vida da população, aí eu estarei.
O Sr. Raul Casa: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V.Exa. coloca com muita propriedade e quero dizer que
a Bancada do PFL está neste momento, estudando as Emendas de V. Exa., e posso
dizer que se a sua Emenda suprime rigorosamente a área de shopping da unidade
que V. Exa. se referiu...
O SR. CLÓVIS BRUM: A área destinada a um hotel.
Pela minha Emenda, nada poderá ser construído ali, a não ser área verde.
O Sr. Raul Casa: Quero-lhe antecipar que a
nossa Bancada está examinando, com muita simpatia, a Emenda de V.Exa.
O Sr. Marcinho Medeiros: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Na época da votação do Projeto Praia do Guaíba, nos
votamos favoravelmente a sua Emenda, que designava recursos para pavimentar
algumas ruas de Porto Alegre, nas áreas menos favorecidas da Cidade. Pois bem,
o Projeto Avenida Beira-Rio está sendo realizado. Eu pergunto a V.Exa.: aquelas
ruas arroladas...
O SR. CLÓVIS BRUM: Já estão sendo licitadas e
dentro de 15 dias iniciarão as obras, sob pena de o Prefeito responder na
Justiça pelo não-cumprimento da Lei. Me informou o Secretario de Obras e
Viação, ontem à tarde, que as ruas ia estão sendo licitadas, e dentro de 15
dias iniciarão as obras.
O Sr. Marcinho Medeiros: Agradeço pelo esclarecimento
e gostaria de participar da fiscalização das coisas aprovadas por esta Casa em
relação ao Poder Executivo, pois me parece que não está havendo uma consonância
entre Executivo e Legislativo, pelo menos da parte do Executivo.
O SR. CLÓVIS BRUM: Respondendo ao Ver. Raul
Casa, apelo a V. Exa. que examine as Emendas que nós apresentamos, porque já
sabíamos das preocupações do PFL. Eu assisto à distribuição de flores no
Plenário! Eu cumprimento pelas belas flores que estão sendo distribuídas no Plenário,
pelas rosas, enfim, por uma infinidade de flores vistosas e bonitas, que
representam os verdes dos parques desta Cidade. Mas, aí me vem à lembrança, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, os galhos mutilados que não tem vida, os jardins
pobres e sem vida das vilas e das favelas desta Cidade! Quando eu vejo as
flores vistosas distribuídas na platéia, eu me lembro, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, das plantas mutiladas, das plantas sem vida, da falta de flores, da
falta de jardins dos bairros e das vilas mutilados de Porto Alegre Gostaria que
idênticas flores também germinassem nas vilas pobres desta Cidade Gostaria que
idênticas flores tivessem vida nas favelas, nas vilas, aonde trezentas mil
famílias não vivem, vegetam!
O SR. PRESIDENTE (Brochado da
Rocha): A
Mesa solicita aos assistentes que ocupem as suas cadeiras, uma vez que as
mesmas lhes estão asseguradas e pede aos Srs. Vereadores que ocupem as suas
tribunas, para que o orador conclua o seu discurso.
O SR. CLOVIS BRUM: Sr. Presidente, recebi,
agora, uma bela flor, uma flor que representa o sonho, nosso, e de nossos
filhos, uma bela flor. Mas também lembro que ha poucos dias recebi de uma vila
pobre, um punhado de galhos secos, Sr. Presidente, que representavam a falta de
segurança, a fome, que representavam o esquecimento e a miséria de 300 mil
famílias que formam o cinturão do esquecimento desta cidade, que mais
representam um campo de concentração, do que a cidade de Porto alegre. As
flores são bonitas, Sr. Presidente, mas me preocupa muito a vida da população
das vilas que poderá ser melhorada, se soubermos administrar este projeto com
competência, e nós vamos fazer isso, vamos fazer Emendas, vamos elevar de 25
para 35% o valor dos recursos destinados aos bairros e vilas.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita que conclua
o seu discurso em meio minuto.
O SR. CLOVIS BRUM: Fiquei três minutos fora do
microfone. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero me congratular com os homens
e com as mulheres que defendem os parques e as áreas verdes desta cidade, em
sua homenagem, em reconhecimento da sua presença, ontem, fui o segundo orador
que pedia pela presença dos senhores aqui dentro, e hoje, pela manha,
entreguei, na presença do Presidente da AGAPAN, os dois convites que tinha
direito, para que ele distribuísse aos seus movimentos, ao movimento ecológico,
para que pudessem ter acesso com os meus dois convites. Agora, Sr. Presidente,
sou um homem de vila, sou um homem de bairro popular, eu luto pelo bairro
popular, eu quero transformar, eu quero viabilizar não só o Fundo de
Desenvolvimento Urbano, mas este fundo que fará parte deste Projeto, num
veículo de captação e de destinação de recursos para calçamentos, iluminação
pública, esgoto das vilas populares de Porto Alegre.
E
gostaria, mais, Sr. Presidente, que no dia das eleições, nós pudéssemos ter com
clareza aqueles que votaram contra o Projeto, mas que depois da votação contra
o projeto, tentaram salvar alguma coisa para Porto Alegre. Não basta só votar
contra o Projeto, até podem votar contra o Projeto, mas que atentem para nossas
emendas, a supressão definitiva do hotel, da área do hotel é uma das minhas
emendas, e a segunda, para finalizar, e a elevação de 25 para 35% dos recursos
destinado para os bairros. Sr. Presidente, eu agradeço a condescendência de V.
Exa. agradeço a atenção dos Srs. Vereadores, fiquei devendo um aparte. Se
inscreve o Ver. Ignácio Neis, e só para dar os apartes que eu gostaria de dar.
O SR. PRESIDENTE: Por condescendência do Ver.
Ignácio Neis, se os demais Vereadores concordarem, falará o Ver. Clóvis Brum
por mais dez minutos.
O SR. CLÓVIS BRUM: Eu agradeço.
O Sr. Ignácio Neis: Apenas para dar uma satisfação
do tempo que eu cedo, eu gostaria que fossem colocadas algumas vilas da Zona
Sul de Porto Alegre que estão muito esquecidas. V.Exa. tem um costume muito bom
de roubar verbas de vilas da Zona Sul para a Bom Jesus.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não é verdade. Por ocasião da
última destinação de recursos a Zona Sul foi bem aquinhoada com o calçamento de
uma rua apresentada pelos Vereadores Mano José e Artur Zanella, me parece, que
apresentaram o calçamento lá para o lado do Lami. E o Ver. Jorge Goularte
apresentou para a implementação de parte da João Oliveira Remião.
A Sra. Teresinha Irigaray: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Clóvis Brum, acho que realmente não há nada como
um dia atrás do outro e assisto até constrangida essa manifestação de entrega
de flores, por grupos que colocaram ontem, nesta Casa em evidente risco até a
vida de funcionários e Vereadores que estavam aqui, não lembraram ontem o que
lembraram hoje. Ontem invadiram, atacaram, tumultuam, agrediram e foi conduzida
gente para o Pronto Socorro. Hoje dão flores. Não queremos estas flores!
Queremos que a paz fique aqui. Não agredirem num dia e no outro dia vir com
flores. Que balela é essa? Isso é provocação, é hipocrisia, nós não aceitamos
em definitivo. Estamos com um companheiro nosso no Pronto Socorro, os
funcionários e Vereadores desta Casa foram encurralados por grupos conduzidos
por Partidos e hoje oferecem flores. Mas que flores são estas. Que fiquem com
elas, que levam para onde quiserem, mas não tragam para cá.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre Vereadora, sou obrigado
a discordar de V. Exa. Discordo porque quando iniciamos a reunião de ontem nós
já advertíamos que a reunião tinha que ser no mínimo transparente, democrática
e que todas as representações de Porto Alegre estivessem aqui e não só os
representantes do PDT.
Ora,
Sra. Vereadora, como poderia eu votar um assunto que toca de perto a ecologia
quando uma Magda Renner estava lá fora desta Casa. Não poderia não, pelo
respeito que devo a um passado de luta dessa gente. E tem mais, não sou
ecologista, de vez em quando até planto umas arvorezinhas escondido lá por casa
e o Caio sabe disso.
Mas,
com todo o respeito, se nós não tivermos a grandeza democrática de respeitar os
segmentos da sociedade, nós estamos exatamente agindo contra a democracia.
Sabem o trabalho de uma Magda Renner? Sabem o trabalho de uma Giselda? Sabem o
trabalho de uma AGAPAN? Como esses movimentos podem ficar fora desse local num
momento importante?
A Sra. Teresinha Irigaray: Sabemos tudo isso, Vereador.
As flores são a desculpa de ontem.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não, não é desculpando não,
porque eu não estou a me desculpar. O meu voto é pelo Projeto. Voto contra a
AGAPAN, voto contra os ecologistas, mas isto não retira o direito democrático
de ver neles as vaias ao meu voto - por que não? Nós somos homens públicos. Não
podemos trancafiar, aqui, um grupo de pessoas, e impedir que aqueles que
arriscam a própria vida, não nesta Casa, mas nos movimentos nacionais e
internacionais na preservação do meio-ambiente, estejam banidos, estejam
proibidos de entrar nesta sala. E isto não digo agora, disse ontem - fui o
segundo orador e, portanto, a presença de todos é bem-vinda nesta manhã, os a
favor ao Projeto e os contra. Isto fortalece a decisão desta Casa, isto faz
transparecer a decisão da Casa. Cada um que vote conforme o seu pensamento
político, conforme a sua representação nesta Casa, mas que não se proíba o
acesso de nenhum segmento importante da vida desta cidade, porque o Projeto é
muito sério.
O Sr. Flávio Coulon: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Clóvis Brum, sou solidário com esta parte do seu
discurso, porque entendo que não e o momento de nos acharmos culpados, porque
tenho para mim, como verdade absoluta, que todos nós ontem fomos rigorosamente
culpados pelo que aconteceu, de modo que não e o momento de acharmos que um e
culpado, que outro é culpado. Acho que o momento é de paz e não e de acusações.
Em relação ao seu discurso, quando tratava da Emenda que vai apresentar, eu
gostaria de perguntar o seguinte: quando foi votado o Projeto Avenida Beira
Pio, houve uma Emenda, onde se destinou verba para pavimentação de algumas ruas
da cidade. Não me consta que naquela oportunidade essas ruas tivessem sido
escolhidas segundo um critério rigorosamente técnico. Então, pergunto a V. Exa.
se dentro da Emenda que V. Exa. vai apresentar agora, de 35%, para ser aplicado
em vilas populares, como vão ser escolhidas? Vai ser naqueles mesmos moldes, em
que alguns Vereadores sentaram e escolheram as ruas ou vai ser um processo
estudado tecnicamente para ver quais sãos as mais carentes, quais as que
precisam realmente, dentro de uma prioridade. É essa a pergunta.
O SR. CLÓVIS BRUM: Respondo a V. Exa. É por isso
que nós temos que ler as coisas nesta Casa. Não basta fazer a crítica pela
crítica. Ver. Flávio Coulon, V. Exa. ainda vai aprender muito nesta Casa. E
perdeu uma excelente oportunidade. Poderia ter trazido uma Emenda com esse dado
técnico importante. Com esse dado técnico valioso. Eu estou tentando nesta
manhã salvar alguma coisa do Projeto; porque o Projeto só diz o seguinte,
Vereador.
O Sr. Flávio Coulon: Mas Vereador, o que eu me
rebelo...
O SR. CLÓVIS BRUM: Pediria ao Presidente
desligar o microfone do Vereador porque ele vai ficar dialogando como fez com o
Ver. Werner Becker, eu dou o aparte, limito o aparte e vamos depois para a
contestação, se não, eu não nosso falar. Vamos usar o Regimento Interno aqui
dentro. Vereador, respondo a V. Exa. Pergunte o que esta no Projeto e o que
esta na Emenda, não suposições. O parágrafo 19 diz o seguinte:
(Aparte anti-regimental)
Eu
já entreguei a Emenda à Diretoria Legislativa para ser datilografada. Se já
foi, me dê, por favor.
(Aparte
anti-regimental)
Não Vereador, não estou brabo com V. Exa. V.
Exa. tem todo meu carinho. É que como V. Exa. e incisivo, questionador, tenaz e
colaborador, acima de tudo, porque a critica nesta Casa não deve ser só
recebida em função de crítica, mas em colaboração, passou a me preocupar o
questionamento de V. Exa. Passou a me preocupar. E tem mais. Vou lembrar uma
coisa agora antes de responder a V. Exa. Também vou relacionar agora, esta
manhã, os que votarem contra a destinação de mais recursos para os bairros e
para as vilas. Vou relacionar; e vou relacionar os que fogem deste Plenário
porque fugir deste Plenário e votar contra os bairros... Fugir deste Plenário
significa também - os Vereadores fujões - também significa o seguinte: que estão votando contra os bairros e as
vilas e eu também vou distribuir o material nos bairros e nas vilas apontando
quem votou contra as melhores condições de vida daquelas populações. Respondo a
V. Exa. § 1º: “os permutantes com o Município, referidos no artigo 19,
destinarão ao Fundo de Saneamento Básico para vilas populares a importância de
25% sobre os valores das obras públicas citadas no artigo lº, do parágrafo 1º.
Fiz a seguinte emenda, acrescentando o seguinte: "destinarão ao Fundo de
Saneamento Básico para bairros - porque muitas vilas já receberam a denominação
de bairro, mas continuam nas piores condições — e vilas populares a importância
de 35% sobre os valores das obras”. Evidentemente, nobre Vereador, que isto
aqui, na prática legislativa, pode ser melhorado, aperfeiçoado. Uma coisa estou
salvando: mais 10%. E agora vai a outra emenda, Vereador; me socorri do mapa
que V.Exa. tem aí: “Emenda nº 10 -
Suprima-se área expressa como o PPG 1.1, constante do anexo 1 do Projeto de Lei
Complementar do Executivo 15/88, com as conseqüentes alterações de textos,
tabelas e mapas”. Terminou a área, nada vai ser construído na área codificada
como PPG 1.1.
Concluo,
Sr. Presidente, agradecendo a benevolência dos Srs. Vereadores, de V. Exa. e na
certeza de que nesta manhã uma contribuição pude oferecer à consideração dos
Srs. Vereadores. Caberá àqueles Vereadores, mesmo os que vão votar contra o
Projeto, viabilizar essas emendas, que uma apaga a área do hotel e deixa a área
verde, e a outra aumenta os recursos para os bairros e vilas populares. Sou
grato.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Pela ordem, a palavra com o
Ver. Rafael Santos, por dez minutos.
O SR. MANO JOSÉ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é possível alinhar aqui os mais variados
argumentos contrários à aprovação deste Projeto. Quero, todavia, fixar-me
apenas num aspecto que reputo
de maior
impor—
~3ncia, rara que este Projeto n~o seja aorovado no dia de
hoje. r4e re-
firo a sua oportunidade. N5s estamos h~ 120 dias
final de uma admi-
flistraçao. Nós nao conhecemos
o pensamento dos diversos candidatos a
Prefeito com relaçao a este
Projeto.
O
Sr.Wilton Ara5jo: V.Exa.
permite um a?arte? (As-
sentimento do &rador.) Ver.
Rafael Santos, com todo resDeíto que V.~xa.
ffie merece, mas a linha de racíocfnio de
V.Exa. vai levar, ínevitavel-
mente, c1ue fechemos a
Casa e que a partir de agora n~o decidamos
mais
nada, porque estamos tao perto do
outro governo n~e~i o que ele vai pen-
sar, vamoS fechar e nao vamos
decidir mais nada.
O SR. RAFAEL SANTOS: Nobre Vereador, o aparte de
V.~xa. n~o honra a
sua ínteligencia. Eu estou me referindo a um
Proje-
to em primeiro lugar
extremamente polêmico, em segundo lugar um Projet
que n~o pode ser ím~lantado em 90 dias,
que n~o tem nem como iniciar e
90 dias, que deveria — isso manda
o bom senso — ficar sobre a >Iesa do
Sr.Prefeito Municipal para que o novo Prefeito pudesse se exoressar,
conversar,
debater, discutir, e se for o caso, encaminhar o Projeto.
um sem numero de
obras em andamento.. H~ outras que j~ estao defini-
das, porque vamos aprovar um
Projeto que a atual administraçao nao vai
realizar, pelo simples motivo de que náo terá tempo
hábil para reali-
zar, talvez n~o tenha 100
dias i3teis at~ o fianl do seu
mandato. A
nova admínistraçao ~ que deve
discutir e debater
v
este j~rQjeto, e nao nos agora
aprovarKum~rojeto para nao ser realiza
do.
O
Sr. Marcinho Medeiros: V.Exa. permite um aparte? (As-
sentimento do orador~),~ Provavelmente
a necessidade da Administraçao
atual de aprovar o projeto agora ~ para
garantir os negocios que
~erao realizados em cima do
projeto. Esta Administraçao da a garantia
a futura Administraçao nao vai garantir
nada, nao tem como garantir,
entao af esta a pressa,
para garantir os negdcios imobiliarios reali-
zados em cima do projeto.
O SR. RAFAEL SANTOS: A opiniao e de V.Exa.X De minha
parte, Sr. Presidente, nao vejo porque
este assodamente em aprovar
este projeto. Muitos de nds n~o estaremos
aqui no ano que vem, em
janeiro. Entao, vamos deizar io novo
Prefeito e a nova Camara, que
estara, entao, em inicio
de administraçao, que tome um
resoluçao. Por vamos
aprovar um projeto desta magnitude? Por/que
esta insistencia do Sr.
Prefeito em solicitar a sua liderança que se
utilize do art. Y4? Para
aprovar assim, em v~peras de termino de
mandato, Por/que isso,
pergunto?
O Sr. Wilton Araujo: V.Exa. permite um aparte?
(Assenti
mento do orador))ç Continuando
dentro do mesmo racioc{nio de V.Exa.
gostaria de contradit~-lo e
contraditar o Ver. Marcinho Medeiros ,dado
que este projeto de lei, sendo
lei podera ser mofidicada por ou
tra lei, se a nova Adminstraçao que assumir
a Prefeitura de Porto Ale
gre for da mesma linha partidaria continuara,
se nao for podera envia
a eata Casa, com
sua nova composiçao~ para que reexamine. Ao Ver.
Marcinho Medeiros digo que negociata faz o Partido de V. Exa. em outros lugares
....
O
SR. RAFAEL SANTOS: Nobre Ver. Wilton Araújo, digo que quem está na tribuna sou
eu. Diga tudo o que tiver que dizer a mim, ao Ver. Marcinho Medeiros deixe para
quando estiver na tribuna ou ele estiver. V. Exa. há de ver que respeitei o
aparte do Ver. Marcinho, mas n~o fiz nenhum
coment5rio a respeito,.
Acho que n5s temos que manter um certo nivel.
Vejam~ que se
discutiu, aqui, shoping CZnter, hotel
5 Estr
la, mas para mim nada disso ~
fundamental. O fundamental ~ que n5s va
mos privatizar l25.200m2, uma
pequena estancia, um grande sftio.
Nobres
Vereadores, at6 hoje, pelo menos uma ~iíez por ano
quando se tem o aniversario do
Parque Farroupílha,Parque da Redenção,
nos ouvimos a queixa da população, n5s vemos o
registro da imprensa.
Como foi lament5vel,que
nossos aves tivessesm autorizados vendas e en
tregas de 5rea do Parque Redençao, Parque FArroupilha.
At~ hoje n5s ve
mos, especialmente aos sábados
e aos domingos, qiando o Parque FArroupi
lha totalmente lotado, quem n~o se lembra
do crime que cometaram os no
505 avôs, de
autorizar o Instituto de Educação, a Universidade, o Co-
l~gio Militar,
e tantas outras áreas que foram constru{das em~Jima da
5rea que seria do Parque
Farroupilha. Se esses l25.220m2 forem
privati
zados, indiscutivelmente os
nossos nomes irão paraa hist6ría, mas para
a híst5ria triste e
negra de Porto Alerge. Porque nossos netos e nosso
bisnetos, e v~os~,o~ tataranetos haverao de nos
cobrar termos priv~
tizado areas verdes
desta Ciade.Areas que podem hoje ser aterro,
que
podem hoje ter subabitaçao,
mas que seguramente e certamente haverá
Boa vontade
do futuro Prefeito de Porto alegre. Poderão ser urbanizadas e entregues
efetivamente à população e não entregues a um pequeno grupo de privilegiados. E
nossos bisnetos e tataranetos haverão de ver as construções, não importa se
shopping, hotel, edifícios, posto de gasolina, seja o que for e hão de
responsabilizar a nossa geração que, num final de mandato, autoriza o Município
a alienar 125 mil e 200 metros quadrados.
O
SR. ARTUR ZANELLA (Questão de Ordem): Sr. Preidente, recebo neste mnomento cópia
da
(Levanta-se a
Sessão às 16h19min.)
* * * * *